Papa pede que não se tenha “nojo” da pobreza

O “amor concreto” é aquele que “suja as mãos”, disse o sumo pontífice. 

O Papa desafiou, esta sexta-feira, as instituições a sujarem as mãos e a não ter “nojo” da pobreza.

No encontro com representantes de centros de assistência sócio-caritativa, no Centro Social Paroquial São Vicente de Paulo, na Serafina, em Lisboa, Francisco instou a que todos se questionassem: "Tenho nojo da pobreza, da pobreza dos outros?".

"Não há amor abstrato, não existe. O amor platónico está na órbita, não está na realidade", disse, sublinhando que "amor concreto” é aquele que “suja as mãos".

O Papa salientou ainda que há "vidas destiladas e inúteis que passam pela vida sem deixar marca, porque a sua vida não tem peso", em contraponto com o trabalho ali feito, de

“uma realidade que deixa marca, uma realidade de tantos anos, de tantos anos" que inspira.

"Isto também é juventude no sentido em que gera vida nova continuamente". Disse, acrescentando que ao sujar-se as mãos com a miséria dos outros, está a gerar-se inspiração e vida.

Agradeceu o trabalho das instituições da Igreja e pediu-lhe que sigam em frente e que não se deixem desanimar.

"Se desanimarem, tomem um copo de água e sigam em frente", afirmou, soltando gargalhadas nos presentes.