Francisco, a luz por entre a escuridão

O Papa Francisco, é possivelmente o mais jovem e ser de luz que tive a possibilidade de ouvir dentro do maior seio de obscuridade cristã.

Por Francisca De Magalhães Barros, Pintora

Obrigada Papa Francisco. Posso dizer isto, sendo ateia e uma grande crítica da igreja católica.

Nesta semana em que o Papa Francisco esteve em Portugal, vi-me a ter sentimentos que puseram à prova todos os meus sentimentos. Vi que era possível separar o ser humano, o grande homem e mensageiro da paz da sua instituição. Até porque todos os mensageiros da paz se encontram presos a dogmas seculares, seja de um lado ou de outro, estando muitas vezes presos ou ao que está imposto neste caso quer seja pela Igreja quer seja pelo Estado. No entanto, nunca podemos deixar de combater o que está errado. Então, eu, ateia, culpava também o mensageiro, o melhor papa que já existiu provavelmente na grande instituição que é a Igreja, que me levou às lágrimas por várias vezes. O Papa Francisco chamou aos abusos sexuais na igreja de «Peste». Quando lhe perguntaram sobre os números infelizmente desvalorizou, por lhe terem sido desvalorizados. O facto de os jovens que se reuniram com o Papa Francisco também não terem a urgência de falar sobre este assunto e de outro jovem o ter desvalorizado por completo, culpando até os menores por se ‘porem a jeito’ é algo que não podemos deixar em branco. 

No entanto, a peste tem de ser combatida com medidas concretas e exatas, sempre em prol do ativismo de quem luta contra estas horrendas seja na Igreja, dentro das casas, na internet, onde for. 
Apenas a instituição que é a Igreja católica tem de ter as suas reformas urgentes. Tem de aplicar as suas medidas. Se a Igreja portuguesa não tomar medidas, então o Estado tem de forçosamente tomar medidas porque as vítimas têm de ser compensadas e apoiadas. 

Depois de tudo o que tenho visto e sentido com estas jornadas apenas reflito no mensageiro e na mensagem de paz, tal como já disse! E, no essencial, a atitude e as medidas a tomar, tendo falado com algumas vítimas da Igreja e sabendo que ainda nada foi feito “e está a ser muito difícil”. Portanto, a minha posição é sempre a mesma perante as instituições com maior responsabilidade: acarretem com as consequências! E as consequências são serem identificados e responsabilizados judicialmente os culpados, o mais rapidamente possível. Ou devem as vítimas esperar trinta anos com este segredo cravado no peito? 
Em relação ao Papa Francisco, é possivelmente o mais jovem e ser de luz que tive a possibilidade de ouvir dentro do maior seio de obscuridade cristã. Não basta apelarmos pela paz, temos de ser a paz! Criar a paz, a justiça e o amor todos os dias da nossa vida! 

Agora esperemos para ver o mundo real. Precisamos de ver que todas as palavras que foram escritas, quase em histeria, não foram em vão e que as ações vão ser praticadas. Agora que o Papa está em Roma, temos de continuar a estar de braços abertos para todos. Principalmente nos temas mais fraturantes da sociedade. Precisamos de conseguir continuar a ser a solidariedade! E que bom sermos isso… Continuemos.