A época desportiva começou da pior forma em termos disciplinares. Quem assistiu à Supertaça inglesa entre o Arsenal e o Manchester City, decidida nas grandes penalidades (4-1) e, poucos dias depois, viu o treinador do FC Porto a ofender o árbitro e a recusar-se sair do campo depois de ser (bem) expulso na Supertaça cá do burgo fica com a ideia de que o futebol em Portugal é pouco recomendável.
Não admira, por isso, que o campeonato deixe de ser um produto interessante para alguns operadores de televisão. Ninguém está interessado em pagar para ver as tristes figuras que fazem treinadores e jogadores. O Magriço António Simões tem toda a razão quando afirmou ao Record que “o produto não presta”, o que justifica a falta de interesse na compra dos jogos. A poucos dias do início da temporada, a RMC Sport anunciou que deixa de transmitir para França os jogos da primeira liga portuguesa, e a Inglaterra seguiu o exemplo. A Suécia e os Países Baixos ponderam igualmente deixar de acompanhar o campeonato português. Não são só os clubes que saem a perder por terem menos exposição, os emigrantes “pagam” pela falta de qualidade e credibilidade do futebol nacional. A impunidade e a falta de cultura desportiva podem ser aceites de ânimo leve por algumas entidades em Portugal, que pouco têm feito para mudar mentalidades, mas não passa em outros países.
Em termos desportivos, o campeonato começou com uma reviravolta no marcador e uma grande surpresa. O Braga esteve na frente, mas o Famalicão contrariou as previsões e ganhou (2-1) pela primeira vez no Estádio da Pedreira. O Sporting teve de esperar até ao último lance do jogo para vencer o Vizela (3-2). À hora do fecho desta edição, o Benfica defronta o Boavista, no Bessa, com a obrigatoriedade de ganhar para não deixar os rivais na frente logo à primeira jornada.