O Campeonato do Mundo de basquetebol começou a disputar-se em 1950, na Argentina. Desde então, houve grande evolução técnica, tática e física dos jogadores. Houve também modificações no número de participantes e na forma com o torneio se disputa. Os Estados Unidos, considerados a grande potência mundial, e a antiga Jugoslávia são recordistas com cinco vitórias cada.
O Mundial de 2023 vai ter três sedes: Okinawa (Japão), Jacarta (Indonésia) e Manila (Filipinas), onde se joga a final, dia 10 de setembro. As 32 seleções apuradas vão disputar a primeira fase de grupos. As 16 melhores garantem o apuramento e serão novamente divididas em quatro grupos, sendo que os dois primeiros classificados seguem para os quartos de final. A partir daí, jogam-se as eliminatórias até chegar à final. O campeão do mundo recebe o Troféu Naismith, que tem o nome do professor de Educação Física e fundador do basquetebol (1891) James Naismith.
Cada seleção é composta por 12 elementos, mas vai haver ausências importantes seja por lesão ou porque, simplesmente, os jogadores não quiseram participar, mas nem por isso deixa de haver emoção. O melhor jogador da NBA, Nikola Jokic, falha o Mundial porque decidiu fazer uma pausa depois de uma longa época. O selecionador da Sérvia tentou convencer a estrela dos Denver Nuggets até ao último momento, mas não teve sorte. A situação agravou-se com a renúncia à seleção de outros jogadores, caso de Micic, vai jogar na NBA em 2024, Kalinic e Lucic. Outro jogador dos Denver, Jamal Murray, está fora do Campeonato do Mundo devido a lesão, o que deixa a seleção canadiana mais fraca na luta pelas medalhas. O grego Giannis Antetokounmpo, fundamental nos Milwaukee Bucks, vai falhar o Mundial por razões de ordem física, e Ricky Rubio é uma baixa de peso na Roja. O espanhol pretende fazer uma pausa para resolver alguns problemas de saúde mental.
Neste Mundial também há o chamado grupo da “morte”, composto pela Alemanha, Finlândia, Austrália e Japão. O Campeonato do Mundo vai apurar sete seleções para os Jogos Olímpicos Paris 2024; duas vagas são para as seleções das Américas e da Europa, e uma para as melhores de África, Ásia e Oceania. Portugal nunca se qualificou para um Mundial de basquetebol. Na última fase de apuramento a seleção nacional foi eliminada na primeira ronda da qualificação europeia, perdendo os seis jogos realizados.
Espanha favorita
Vão estar em competição as melhores seleções do planeta, surgindo a Espanha (campeã em 2006 e 2019) com a principal favorita. Ocupa a primeira posição no ranking FIBA, e com uma equipa talentosa e experiente quer ser a quarta seleção a vencer dois mundiais seguidos. Os Estados Unidos querem conquistar o sexto campeonato e tornarem-se a nação com mais títulos mundiais. É uma equipa jovem, resta saber que aguenta a pressão dos grandes jogos. As primeiras indicações são positivas, no torneio de preparação para o Mundial impressionou pela forma convincente como ganhou à Espanha e Eslovénia. O Brasil venceu o Mundial por duas vezes consecutivas (1959 e 1963) e, tal como os Estados Unidos, esteve presente nas 18 edições anteriores. Apenas seis países alcançaram o tão desejado título mundial: Argentina, Brasil, Estados Unidos, União Soviética, Jugoslávia e Espanha. Os campeões de leste (Jugoslávia e União Soviética) têm a particularidade de nunca terem ficado abaixo do terceiro lugar.
Assim como a NBA elege o seu Most Valuable Player (MVP) cada temporada, o Campeonato do Mundo também tem um MVP a cada edição, mas nenhum jogador foi escolhido como melhor jogador mais de uma vez. Apenas dois jogadores, Marc Gasol e Lamar Odom, venceram na mesma época o Campeonato do Mundo e a NBA. Este ano, Vlatko Cancar (Eslovénia) e Jimmy Butler e Bam Adebayo (EUA) pode repetir o feito. Os grandes marcadores têm pela frente o desafio 34. Em 2019, quatro jogadores marcaram 34 pontos num só jogo: o japonês Yuta Watanabe, os jordanos Dar Tucker e Ahmad Al Dwairi e o australiano Patty Mills. Será que alguém consegue ultrapassar esta marca? Uma dica: no Europeu de 2022, o esloveno Luka Doncic marcou 47 pontos contra a França e o finlandês Lauri Markkanen fez 43 contra a Croácia. Há um recorde que muito dificilmente vai cair. Nikos Galis fez 337 pontos nos dez jogos do campeonato de 1986, mas este ano os finalistas só jogarão oito partidas, o que significa que um jogador precisaria de uma média de 42,3 pontos por jogo para igualar o recorde.