Afinal, a arbitragem não é cega, surda e muda. O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol veio a público admitir o erro do VAR (Hugo Miguel) e do AVAR (Rui Soares) no lance do primeiro golo do Sporting, na partida frente ao Casa Pia (2-1). Foi a primeira que vez que isso aconteceu desde a introdução do VAR, em 2017/18. O lance foi considerado legal por 19 cm, mais tarde, com as linhas corretamente colocadas, o CA veio dizer que o jogador estava em fora de jogo por 9 cm, ou seja, houve um erro humano, não da tecnologia, de 28 cm! Perante tamanha falta de jeito a colocar a linha que permite saber se o jogador está ou não em posição legal, o organismo que tutela a arbitragem decidiu suspender os árbitros por tempo indeterminado. Foi uma decisão exemplar, que vem no seguimento do que aconteceu, por exemplo, na Premier League, onde o erro grosseiro do árbitro e do VAR na partida entre o Manchester City e o Wolverhampton ditou a suspensão imediata de todos. Contudo, a forma e o conteúdo do anúncio foi criticado pelo responsável da associação de árbitros de futebol, Luciano Gonçalves. O CA anunciou que vai divulgar uma vez por mês as comunicações entre o árbitro de campo e o VAR, ora aqui está um bom caso para sabermos o que foi dito entre Rio Maior e a Cidade do Futebol.
A segunda jornada voltou a confirmar dificuldades dos candidatos ao título. Não houve surpresas, mas o Sporting venceu (2-1) o Casa Pia, num jogo marcado pela falha do VAR, no dia seguinte o Benfica obteve, na Luz, uma vitória importante frente ao Estrela da Amadora (2-0), mas só aos 80 minutos chegou à vantagem. O FC Porto recebeu o Farense e só no último minuto do desafio conseguiu o golo da vitória (2-1). Os dois primeiros classificados da época passada defrontaram equipas que vieram da segunda divisão e tiveram enormes dificuldades. O Braga esteve a perder em Chaves, mas deu a volta ao jogo e venceu (4-2). No reino da águia nem tudo vai bem. Há opções de risco do treinador, o futebol praticado está ao nível do final da época passada, que foi pobrezinho, apesar de terem sido gastos 69 milhões de euros em contratações, e agora surgiu o caso Vlachodimos. Quando nada o fazia prever, a águia está a fazer voos arriscados.