Capricho italiano
A Automobili Pininfarina acaba de apresentar o carro elétrico mais caro do mundo. Com uma produção limitada a dez unidades, o B95 é um barchetta (palavra italiana para ‘barquinho’, o que significa neste caso um automóvel de dois lugares sem capota) com 1.400KW de potência (equivalente a 1.900 cavalos), o que lhe permite atingir uma velocidade de mais de 300 km/h. Outra particularidade: em vez de um, o B95 conta com quatro pequenos motores, um em cada roda. Tem uma autonomia de 476 quilómetros e um preço de 4,4 milhões de euros. Provavelmente já com extras incluídos…
Porsche, 1898
A história dos automóveis elétricos remonta à década de 1830, quando Robert Anderson, um inventor escocês, criou um carro que usava pilhas não recarregáveis. Já no final do século, Ferdinand Porsche desenvolveu o Egger-Lohner C.2 Phaeton, parecido com uma carruagem, mas que em vez de ser puxado por cavalos tinha um motor elétrico. Atingia 25 km/h. Porsche aperfeiçoou a tecnologia e em 1900 apresentou na Feira de Paris um carro com motores incorporados nas rodas, o Lohner-Porsche Electromobile. Os elétricos só perderam definitivamente a corrida para os motores a combustão com o fabrico em massa do Ford-T, a partir de 1908.
A Ameaça do vietname
A marca de elétricos que mais tem dado que falar nos últimos dias não é americana, nem europeia, nem chinesa. Chama-se VinFast, vem do Vietname e teve uma entrada de rompante na bolsa norte-americana. O preço inicial de dez dólares por ação subiu rapidamente até aos 37. Um aumento de 270% que fez com que a VinFast valesse, durante algumas horas, mais do que a Ford ou a Volkswagen, embora tenha vendido apenas 7400 carros no ano passado (ao passo que a marca alemã vendeu 8,2 milhões, mais de 500 mil dos quais elétricos). Entretanto, as ações da Vinfast já caíram para 17 dólares.
Quem fundou a Tesla?
Embora associemos de imediato o seu nome à marca de carros elétricos, Elon Musk não é o pai da Tesla. A empresa foi fundada por dois amigos, ambos engenheiros de Silicon Valley, Martin Eberhard e Marc Tarpenning, em 2003, já com o objetivo de produzir automóveis elétricos. O sucesso não foi imediato – e é aqui que Musk entra na história. O empresário sul-africano foi essencial para a empresa angariar financiamento, acabando por se tornar CEO da Tesla em 2008. Atualmente a marca lidera o mercado dos carros elétricos, tendo vendido mais de 1,3 milhões de unidades em 2022, mas espera-se que seja destronada em breve pela Volkswagen.
O homem que explodiu o seu próprio carro
Um dos elementos-chave de um automóvel elétrico é a bateria. E o preço deste componente pode ser tão elevado que muitas vezes as marcas preferem não o revelar, para não assustarem potenciais compradores. O que pode dar azo a surpresas desagradáveis. O Observador noticiou que em 2019 um concessionário pediu mais de 30 mil euros por uma bateria de um Nissan Leaf (um valor superior ao do carro). Face ao escândalo, a marca estipulou o valor de 7 mil euros + IVA por bateria mas depois disso um outro concessionário orçamentou em 22 mil euros a substituição da bateria. Em 2021, um finlandês explodiu intencionalmente o seu Tesla depois de lhe ser pedido cerca de 20 mil euros por uma reparação idêntica.
1/5 das peças, menos desperdício
Quando surgiram em 1983, os relógios Swatch apresentavam como uma das suas vantagens terem menos peças do que os relógios de ponteiros convencionais – 51 em vez das habituais 91. Assim, podiam ser mais baratos e dar menos problemas. No caso de um motor elétrico a diferença é ainda maior: tem cerca de 1/5 das peças de um motor a combustão interna, o que o torna em princípio mais fiável. Outra vantagem evidente é o melhor aproveitamento energético. O motor a combustão tem mais atritos e perda de energia térmica, usando apenas entre 14 e 26% da energia consumida para se mover. No caso do automóvel elétrico, o aproveitamento ronda os 80%.