A ausência do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no primeiro debate para as primárias Republicanas norte-americanas foi "uma bênção" para os candidatos presentes.
Esta afirmação foi partilhada pelo analista Collin Anderson, que argumentou que, sem a "abordagem bombástica e barulhenta" do ex-presidente, os diversos candidatos conseguiram fazer-se ouvir, disse à Lusa.
O analista, que também é professor do departamento de Ciência Política da Universidade de Buffalo, em Nova Iorque, afirmou que os eleitores possam ter ficado desapontados por o atual favorito dos Republicanos ter optado por ficar fora do debate, contudo a sua ausência permitiu que os restantes candidatos discutissem as suas posições sem serem 'atropelados' por Trump.
Anderson afirmou que, entre os oito candidatos presentes, dois saíram vencedores: a ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley – a única mulher na disputa – e o ex-governador de Nova Jérsia Chris Christie, um duro crítico de Trump.
"Chris Christie teve um bom desempenho. Ele citou muito a sua experiência anterior como advogado e governador. O seu objetivo de se estabelecer como moderado 'não-Trump' parecia dar certo, à medida que ele insistia continuamente na importância de se deixar cair Trump. Várias das suas posições políticas foram recebidas com desaprovação pela multidão, por isso veremos se o seu desempenho pode traduzir-se num aumento nos números das sondagens", argumentou o analista.
Segundo o próprio, um dos momentos mais tensos do debate aconteceu quando Christie foi fortemente vaiado por dizer que Trump violou a Constituição norte-americana, quando tentou reverter a sua derrota nas presidenciais e incitou os invasores do Capitólio.