A falta de rigor é penosa em todas as circunstâncias em que se verifica. Traz sempre consigo consequências negativas. No caso de um exame, seja de filosofia ou de matemática, é o próprio obreiro dessa falta de rigor o principal prejudicado e o imediatamente penalizado por uma avaliação negativa. É o formato meritocrático que se aplica na generalidade das avaliações escolares.
A falta de rigor é mais grave quando em qualquer outro contexto, essa mesma falha, normalmente originada em desleixo ou incompetência, prejudica outros para além dos responsáveis do ‘trabalho’ mal feito. O país está carregado de faltas de rigor e qualidade, às quais nos habituámos de tal forma, ao ponto de as considerarmos normais. Verdade é que dá trabalho, muito trabalho, muito estudo e muito esforço, fazer bem feito. Mal feito qualquer um faz…
Escrevo estas linhas introdutórias a propósito da notícia amplamente divulgada dos 139 mil euros de despesas que a Câmara de Oeiras pagou em refeições de trabalho, representação, convidados nacionais e estrangeiros. O destaque dado à notícia e o destaque dado ao comunicado justificativo por parte da câmara são tão desequilibrados que apenas esse dado nos mostra que, neste caso, a falta de rigor tem por base a instrumentalização da maledicência, maldosa e cobarde.
O rigor da informação deveria explicar que o valor corresponde a um acumulado desde 2017. Este montante, em cerca de 68 meses, corresponde a um montante diário médio de €68,1 que se for distribuído por uma média de 7 vereadores, mais não significa a média é de €9,7 por vereador, por dia. Esse rigor, da matemática, parece não cativar os interessados na maledicência escondida na capa da cobardia. Também não lhes interessa fazer uma comparação desses gastos com outras realidades semelhantes do país, para se verificar que estamos a tratar de temas mesquinhos e devidamente arquitetados para denegrir quem efetivamente faz esse raro trabalho bem feito.
Oeiras mostra resultados de saúde social e económica únicos no país e referência na Europa. A maledicência e a inveja (última palavra dos Lusíadas) não estão interessadas em entender a razão pela qual Oeiras é o melhor exemplo de gestão pública municipal do país. A maledicência não está interessada em reconhecer que se trabalha de forma diferente. Que o trabalho bem feito assenta em horas de dedicação e privação pessoal. A maledicência não está interessada em divulgar que entre os principais visados dessa maldade, Presidente, Vereadores e dirigentes, há quem trabalhe mais de 10 horas por dia, durante os 7 dias da semana. Há quem não tenha férias e quando aparenta estar de férias esteja constantemente a trabalhar. Sei do que falo, por isso tenho a obrigação ética e meritocrática de o divulgar.
Em vez de aprenderem e divulgarem os bons exemplos, dedicam-se a adulterar a realidade, transformando normalidades desejáveis em aparentes aberrações.