Excedente orçamental foi de 2.118 milhões de euros até julho

É uma melhoria de 1.546 milhões de euros face ao período homólogo.

As Administrações Públicas registaram, na ótica da contabilidade pública, um saldo orçamental ajustado de 2.118 milhões de euros até julho, o que corresponde a uma melhoria de 1.546 milhões de euros face ao período homólogo. Os números foram avançados esta quinta-feira pelo Ministério das Finanças no comunicado que antecede a síntese de execução orçamental.

E detalha que esta variação reflete, em termos homólogos, não só uma melhoria da receita efetiva de 8,6%, em termos ajustados, como de um aumento da despesa efetiva, de 5,9%, fortemente influenciado por fatores como, no sentido ascendente, as medidas de reforço de rendimentos anunciadas no início do ano, pelas prestações sociais, e pelo reflexo da inflação nos contratos públicos. E, no sentido descendente, que foi suplantado pelo efeito anterior, pela redução das despesas associadas à pandemia.

Mas, segundo o ministério liderado por Fernando Medina, o resultado é ainda influenciado pelo impacto das medidas associadas ao choque geopolítico que ascendeu, até julho, a 1.516 milhões de euros. “Deste montante, 630,3 milhões de euros são medidas com impacto no lado da despesa, de onde se destaca o apoio a setores de produção agrícola (187 milhões de euros), o apoio extraordinário às famílias mais vulneráveis (175 milhões de euros) e o apoio extraordinário para crianças e jovens (100 milhões de euros)”, explica.

O Ministério das Finanças detalha também que, de janeiro a julho, a receita fiscal aumentou 8,9%, “influenciada pelo crescimento da receita de IRS (+13,1%), de IRC (+16,4%) e de IVA (+8,1%), apresentando este último um abrandamento face aos meses anteriores (até junho cresceu 9%, face ao período homólogo)”.

Já a receita contributiva “continua a espelhar as boas dinâmicas do mercado de trabalho, aumentando 11,6% face ao mesmo período do ano anterior. Esta melhoria representa cerca de um terço do crescimento da receita efetiva ajustada”.

E detalha ainda que, excluindo medidas extraordinárias (medidas Covid-19 e de mitigação de choque geopolítico), a despesa efetiva cresceu 8,2%, enquanto a despesa primária (que exclui juros) cresceu 8,5%, em termos homólogos. “O acréscimo na despesa continuou a ser impulsionado pelos salários, pela aquisição de bens e serviços, pelo investimento e pelas prestações sociais”, justifica.