por António Maria Coelho de Carvalho
OCA reformado
Ninguém parece estranhar que quem quer governar use e abuse de técnicas de manipulação para condicionar o sentir e o pensar dos seus concidadãos e nenhum manipulador está, evidentemente, interessado em divulgar essas técnicas. Cria-se, assim, um círculo vicioso de ilusões, promessas e desenganos que gostaria, ingenuamente, de ajudar a denunciar.
Para não nos dispersarmos, que o tempo, o espaço, a minha própria ignorância e a paciência dos leitores exigem contenção, vou tentar condensar as Estratégias de Manipulação, segundo Noam Chomsky. Talvez nos permitam perceber como é possível votarmos em governantes pantomineiros.
Eis o resumo das estratégias de manipulação de Chomsky:
1. A distração.
É o instrumento fundamental para controlar a comunidade. Consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças amargas decididas pelos governantes. Serve também para manter a população ocupada, (submersa em notícias fúteis, ou falsas), não se interessando pelos verdadeiros problemas económicos e financeiros, de segurança social, de saúde, de educação e de corrupção que a deviam preocupar…
2. Criar problemas para apresentar soluções difíceis de aceitar.
Por exemplo. Deixar que aumente a violência urbana para depois serem aceites, ou mesmo pedidas pelo povo, restrições às liberdades garantidas pela Constituição.
3. A gradualidade.
Aplicar medidas inaceitáveis, a pouco e pouco, a conta-gotas, ao longo dos anos. Normalmente, com a ajuda dos meios de comunicação social afetos ao Governo.
4. A aplicação futura.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é anunciá-la como dolorosa mas necessária, para entrar em vigor só num futuro mais ou menos distante.
O povo tende a ser otimista, a esperar que ‘amanhã talvez as coisas estejam melhor’ e depois aceitar com mais resignação os sacrifícios.
5. Tratar o povo como crianças.
Se um publicitário se dirigir a uma pessoa adulta como se ela fosse menor de 12 anos, adotando uma entoação infantil, ela tenderá a responder, também, sem sentido crítico.
6. Apontar muito mais à emoção do que à reflexão.
É uma técnica clássica que permite implantar desejos e medos e induzir comportamentos.
7. Manter o povo na ignorância e mediocridade.
Fazer com que o povo seja incapaz de compreender os métodos utilizados para o seu controlo. A qualidade de educação dada ao povo deve ser a mais medíocre possível.
8. Reforçar no povo a auto-culpalidade
Levar as pessoas a acreditarem que são elas as culpadas pela sua própria desgraça; por causa da sua pouca inteligência, e/ou competências.
9. Conhecer os indivíduos melhor do que eles próprios se conhecem.
Graças aos avanços no conhecimento verificado nos últimos 50 anos, as classes dominantes, por outras palavras, quem nos governa, pode conhecer melhor o indivíduo comum do que ele próprio se conhece.
Um alerta, tanto quanto possível, intelectualmente honesto. Merecerá a pena procurar ajuda nas ideias de Chomsky, ou de Goebells, ou de Freud, ou em quaisquer neurocientistas, filósofos e religiosos mais ou menos credíveis, para compreendermos como somos enganados, numa altura em que os programas de Inteligência Artificial, já nos ‘ameaçam’ reduzir a marionetas? Julgo que sim. Descobri, há semanas, uma notícia que encaixa perfeitamente na estratégia do ponto 7, manter o povo na ignorância e mediocridade.
«Um juiz dos EUA, Terry Doughty , rejeitou o pedido do Departamento de Justiça americano, para suspender a sua sentença de dia 4 de Julho em que condenava os réus embargados, por coagirem, encorajarem significativamente e/ou participarem com empresas de comunicação social na supressão de publicações de cidadãos americanos que expressavam opiniões que eram antivacinas covid-19, bloqueios anti-covid-19… e outros conteúdos não sujeitos a nenhuma exceção à Primeira Emenda e, assim, protegido».
Ainda não li ou ouvi esta notícia em nenhum jornal, revista, televisão, ou rádio. No entanto, no site da agência LUSA pude ler a notícia relativa à sentença que motivou este embargo. Os nossos jornalistas da comunicação social têm estado de férias?
Volto a afirmar: o problema da Saúde, terapias incluídas, é o maior, mais grave e difícil problema que o Governo de António Costa tem para resolver e eu temo que não seja capaz. E que as oposições também não. E a justiça, não sei com que motivação, anda entretida a querer dizer-nos, que os políticos são todos iguais e mafiosos e não se preocupa com o direito, que a Constituição a todos dá, de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem, ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações. E eu, que sou agnóstico, com vontade de rezar: «Valha-nos Deus…».