A arbitragem portuguesa é um case styudy… para o que não deve acontecer no futebol. Depois dos erros grosseiros e absurdos cometidos pelo VAR, desta vez foram as comunicações que falharam no jogo FC Porto-Arouca (1-1), realizado no Estádio do Dragão. Segundo o Conselho de Arbitragem da FPF, a falha de comunicações e de vídeo deveu-se à falta de energia na área de revisão do estádio, e ao facto do sistema de energia de reserva se ter esgotado ao longo do jogo.
Sem ter acesso às imagens durante 14 minutos, o arbitro Miguel Nogueira usou um telemóvel para receber informação do centro de videoarbitragem, na Cidade do Futebol, e reverteu a decisão de marcar a grande penalidade a favor dos portistas. Para a história do futebol mundial fica a alteração de uma decisão relevante efetuada através de áudio e não de imagens. Importa salientar que a possibilidade de usar outro equipamento para manter a comunicação está prevista no protocolo do VAR, caso haja uma falha no sistema. Em nome da verdade desportiva, este lance nunca deveria ter ido ao VAR, pois Taremi simulou uma falta que não existiu para ganhar um penálti e deveria, isso sim, ter visto o cartão amarelo.
Essa é a opinião da esmagadora maioria dos árbitros que analisaram a jogada. O FC Porto decidiu abriu uma luta para tentar anular o jogo por “má conduta da equipa de arbitragem”, com base na “violação grave das regras de jogo com potencial impacto no resultado do encontro”. Os azuis e brancos tentam assim arranjar maneira de recuperar, via secretaria, os dois pontos perdidos em campo. O caso do penálti anulado por telemóvel está a ter impacto na imprensa europeia. Em Espanha, os jornais desportivos falam em “situação ridícula” e “surrealismo”, em Itália consideram um “absurdo” e os ingleses ficaram em “choque” com o que viram. A divulgação de comunicações entre árbitros e videoárbitros (VAR) dos jogos da primeira liga vai ser feita através de um programa televisivo mensal na Sport TV. E há muito para contar. J.S.