A cidade que acolherá os Jogos Olímpicos de 2024 será Paris, em França. Esta será a terceira vez que Paris recebe os Jogos Olímpicos (outra cidade que conta com o mesmo número é Londres – 1908, 1948 e 2012), depois de sediá-los em 1900 e 1924. No total, esta será a sexta vez que os franceses serão os anfitriões dos Jogos Olímpicos se incluirmos os Jogos Olímpicos de Inverno – em Chamonix em 1924, Grenoble em 1968 e Savóia em 1992.
Os Jogos de 2024 terão um especial significado, pois serão os primeiros realizados fora do Extremo Oriente em seis anos e os primeiros na União Europeia em doze anos. Antes disso, tivemos os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 em Pyeongchang, Coreia do Sul, os Jogos Olímpicos de Verão de 2020 (realizados em 2021 devido à pandemia) em Tóquio, Japão, e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim, China. Paris disputou com Los Angeles (Estados Unidos) a organização dos Jogos de 2024.
Houve outras cidades que consideraram candidatar-se, como Hamburgo, na Alemanha, mas os seus eleitores votaram contra a candidatura num referendo.
Roma, a capital italiana, também considerou, mas a presidente da Câmara local decidiu abandonar a candidatura devido a razões económicas e ao facto de a cidade ainda estar a pagar, alegadamente, os Jogos de Verão de 1960.
Budapeste, na Hungria, chegou ao estágio final da seleção, mas desistiu após um grupo de opositores à candidatura reunir assinaturas para realizar um referendo sobre a mesma.
Além disso, Toronto, no Canadá, e Baku, a capital do Azerbaijão, também retiraram as suas propostas antes do prazo final para a formalização das candidaturas, em setembro de 2015.
Paris foi até ao fim e emergiu como a cidade vencedora ganhando o direito a organizar os Jogos Olímpicos de 2024.
Canoagem
Qualificado oficialmente
Fernando Pimenta
Para além de João Ribeiro e Messias Baptista, assim como Teresa Portela, também Fernando Pimenta, uma vez mais, representará Portugal na canoagem, em Paris, no próximo ano, depois de ter sido campeão do K1 1000m no Mundial de Canoagem Velocidade 2023 em Duisburg, na Alemanha, em agosto passado. No fim desse mesmo mês, sagrou-se campeão na short race de K1 e em K2, com José Ramalho, nos Mundiais de maratona em Vejen, na Dinamarca.
“É muito desgastante quer em termos físicos, quer em termos psicológicos, porque temos que gerir vários dias de competição, vários dias de stress e alguma pressão. Principalmente no Mundial de velocidade, onde estava em discussão o apuramento olímpico e, como é óbvio, não queria falhar. E conseguimos com o título mundial. Foi a cereja no topo de bolo”, disse, em declarações à agência Lusa, à chegada ao aeroporto. “Depois foi recuperar o melhor possível para o outro campeonato do mundo que foi durante a semana seguinte. Em que conseguimos revalidar os dois títulos mundiais conquistados o ano passado. Fico extremamente contente. Era algo que eu ambicionava. No ano passado estive muito perto de conseguir estes feitos, na prova dos 1000 metros perdi para o meu adversário húngaro por umas milésimas. Este ano consegui vencer e consegui fazer algo inédito na canoagem mundial”, acrescentou.
“A forma como tenho vindo a trabalhar ajudou muito porque conseguimos pensar e agir de uma forma diferente dos anos iniciais. A experiência é o que tenho vindo a adquirir em todas as competições. E depois a força de vontade, a família estar sempre a apoiar, apesar das ausências, que é aquilo que mais me custa, os patrocinadores, o meu treinador, tudo isso faz dar frutos. E os frutos são estas medalhas que trago hoje ao peito”, frisou, sendo importante referir que, em fevereiro de 2021, antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, numa nota enviada às redações, Vítor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), deu conta do difícil momento que atravessava a modalidade. A pandemia da covid-19 era a grande culpada, causando “enormes dificuldades”, no topo das quais estavam “graves problemas de tesouraria”.
Vela
Qualificada oficialmente
Vasileia Karachilou
Na vela, Portugal deverá estar representado na International Laser Class Association (ILCA)6, por Vasileia Karachilou – de 27 anos – que farantiu os mínimos olímpicos nos Mundiais de Haia, sendo que a velejadora grega tem vindo a competir por Portugal no âmbito de uma licença especial da World Sailing. No entanto, para representar o país em Paris 2024, terá de obter a nacionalidade portuguesa até março do próximo ano.
Mas Portugal vai estar também representado, na ILCA7, por Eduardo Marques (garantiu mínimos nos Mundiais de Haia) e nos mistos 470 por Diogo Costa e Carolina João (também apurados nos mesmos Mundiais). “Fui nona, mas na primeira parte da regata estive no ‘top3’. Aconteceram alguns problemas com o meu comité olímpico e com o meu treinador. O meu foco perdeu-se com questões que não deveriam ter acontecido. Estive, depois, abaixo do meu nível nesta estreia olímpica. Poderia ter sido facilmente ‘top 5’, no mínimo. O meu objetivo para Paris é a medalha de ouro”, disse Vasileia Karachilou à agência Lusa em novembro do ano passado, sendo que estabeleceu uma ligação especial com Portugal através do relacionamento com Diogo Costa e Carolina João, bem como o treinador Aaron Sarmiento. Solicitou a ajuda dos velejadores portugueses para entrar em contacto com a Federação Portuguesa de Vela e a diretora da federação, Sara Carmo (que competiu em Londres 2012 e Rio 2016), tem sido a sua principal interlocutora durante estes meses desde o início desse processo.
Descreve-se a si mesma como humilde, determinada e trabalhadora, com um bom sentido de humor. Vasileia está ansiosa para representar Portugal e já começou a familiarizar-se com a cultura do país, familiarizando-se com o hino nacional no YouTube e aprendendo algumas palavras em português. A velejadora elogia a hospitalidade e a capacidade de acolhimento dos portugueses. Atualmente, o seu vocabulário em português limita-se a algumas saudações básicas, mas está determinada a aprender mais para conhecer melhor o país. Vasileia destaca os desafios da vela como um desporto complicado, com muitos fatores a considerar, como vento, ondas e interações com outros velejadores. Expressa grande entusiasmo por competir por Portugal, considerando tal um novo desafio e uma oportunidade fantástica na sua vida.
Ciclismo
Qualificado oficialmente
Nelson Oliveira
No ciclismo de estrada, no contrarrelógio, Nélson Oliveira garantiu os mínimos olímpicos com sexto lugar conquistado nos Mundiais de 2023. Em entrevista ao diário As Beiras, em fevereiro deste ano, o ciclista com 13 anos de experiência no World Tour partilhou as suas perspectivas sobre a sua carreira e o ciclismo profissional. E destacou que a sua motivação continua tão forte como no início de sua carreira, enfatizando a sua vontade de ajudar a equipa e competir.
Nélson recordou a sua primeira temporada no World Tour, quando estava na equipa RadioShack ao lado de outros ciclistas portugueses. Mencionou o apoio valioso que recebeu dos seus compatriotas e da equipa, o que ajudou na sua integração. Ao longo dos anos, Nélson aprimorou a sua abordagem às corridas de duas rodas, aprendendo a gerir a energia e as posições no pelotão com mais eficiência. E também partilhou conselhos com ciclistas mais jovens, realçando a importância do trabalho duro e da dedicação no ciclismo.
Nélson falou sobre a saída de Alejandro Valverde da equipa Movistar e as entradas de Fernando Gaviria e Rúben Guerreiro. Elogiou a equipa e confessou acreditar que os novos membros trarão sucesso. O ciclista também falou sobre a sua temporada e objetivos, incluindo o desejo de ganhar corridas.
Nélson mencionou o quarto lugar nos Mundiais de contrarrelógio em 2017 e o seu desejo de ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos. Expressou a sua paixão pela Volta a França e como o seu foco mudou ao longo dos anos, acompanhando a evolução do ciclismo.
Nélson também falou sobre a importância do apoio da família, especialmente das suas duas filhas, apesar dos desafios de estar frequentemente longe de casa. Além disso, aplaudiu o controlo antidoping no ciclismo e a importância do passaporte biológico.
Finalmente, partilhou a sua opinião sobre as novas provas de ciclismo em Portugal e a sua vontade de competir nelas no futuro. Na mesma entrevista, destacou a paixão pelo ciclismo e a sua dedicação contínua ao desporto, mesmo após uma longa carreira no World Tour.
Surf
Qualificada oficialmente
Teresa Bonvalot
No surf Teresa Bonvalot é a nossa representante olímpica, com uma vaga garantida através do ranking da Liga Mundial de Surf. O surf fez a sua estreia oficial em Jogos Olímpicos na edição de 2020 e Portugal esteve representado por três atletas. Frederico Morais foi o melhor participante europeu nos World Surfing Games de 2019, o que lhe valeu uma vaga nominal no Surf. Já Yolanda Sequeira e Teresa Bonvalot conquistaram também um lugar nos Jogos após terem sido, respetivamente, 2.ª e 3.ª classificadas no Campeonato do Mundo 2021.
Desde a infância, o mar sempre desempenhou um papel significativo na vida de Teresa. Acompanhava o seu pai, que praticava diversos desportos aquáticos, em idas à praia e aos nove anos teve a sua primeira aula de surf com o seu tio. Começou a sua jornada com o bodyboard por diversão com amigos, mas rapidamente percebeu que o surf parecia mais fácil e divertido, e foi então que pediu para experimentar. Em cerca de três meses, Teresa já estava a participar na sua primeira competição, e a partir daí muitas outras se seguiram. O seu espírito competitivo impulsionou-a e sempre teve em mente o objetivo de se tornar uma das melhores surfistas do mundo e ingressar na WCT (World Surf League), a elite do surf global.
Com o tempo, os seus treinos intensificaram-se e passou a competir em mais campeonatos, tanto nacionais quanto internacionais. Foi em 2013 que o seu investimento começou a dar frutos, quando ficou em terceiro lugar no ranking da Liga Moche, a principal competição de surf em Portugal. Embora tenha sido difícil perder pouco antes da final, essa derrota motivou-a a procurar o título no ano seguinte, o que conseguiu. Em 2014, com apenas 14 anos, Teresa tornou-se campeã nacional e renovou esse título no ano seguinte, tornando-se a mais jovem bicampeã portuguesa. Sempre enfatizou que a idade não era um fator determinante para essas vitórias, mas sim o seu comprometimento em dar o seu melhor e evoluir constantemente para alcançar a WCT. Para atingir esse objetivo, Teresa participou em mais competições internacionais, o que não foi fácil, pois a concorrência é global. Recebeu um convite da organização do Cascais Women’s Pro, uma das últimas etapas para determinar a campeã mundial de surf de 2015, onde competiu com surfistas que admira, como Carissa Moore e Courtney Conlogue.
Judo
Poderá vir a ser qualificado
Jorge Fonseca
lll Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Jorge Fonseca, judoca português, conquistou a primeira medalha para Portugal ao ganhar a medalha de bronze na categoria de -100kg. Chegou às meias finais, mas perdeu para o sul-coreano Cho Go-hun com um wazari. No entanto, na disputa pelo bronze, Jorge Fonseca virou o jogo contra o canadiano Shady El Nahas, marcando um wazari a apenas 30 segundos do final do combate. Após a vitória, Jorge Fonseca expressou a sua felicidade e mencionou que o seu objetivo era a medalha de ouro, mas estava satisfeito com o bronze. Deixou também uma mensagem para as marcas desportivas que não acreditaram no seu potencial, destacando que ele é bicampeão mundial e agora medalhista olímpico. Terminou a entrevista envolto na bandeira de Portugal. Recorde-se que, em agosto de 2022, os judocas olímpicos enviaram à tutela do Desporto uma carta aberta onde acusavam o presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Jorge Fernandes, de discriminação e clima de opressão. O conflito, obviamente, estalou e parecia estar para durar a menos de dois anos dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Neste documento, os atletas expressaram críticas aos comportamentos inadequados em relação aos atletas de origem estrangeira, principalmente aqueles com raízes luso-brasileiras. E também mencionaram o caso do judoca georgiano Anri Egutidze, proibido de falar a sua língua materna e excluído de uma competição como retaliação. A carta foi assinada por Telma Monteiro, Catarina Costa, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes, Bárbara Timo, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes.
Também Diana Gomes, presidente da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), afirmou que tem conhecimento de que há mais atletas descontentes com a gestão de Jorge Fernandes, além dos sete que assinaram a carta aberta. Em resposta, o presidente da federação afirmou que as alegações feitas contra ele não foram comprovadas e deu um prazo até ao final de uma semana para que os judocas que assinaram a carta se retratassem, caso contrário, seriam processados judicialmente. Os atletas explicaram que tornaram a carta pública porque sentiram que o dirigente não estava disposto a entender, nem a ser flexível ou mostrar sensibilidade em relação aos problemas apresentados.
Skate
Poderá vir a ser qualificado
Gustavo Ribeiro
Gustavo Ribeiro, um jovem português de 22 anos, representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, tendo conseguido assegurar a sua participação nos Jogos de Paris ao conquistar o terceiro lugar no ranking de qualificação.
O skate nos Jogos Olímpicos foi dividido em duas categorias: street e park. Ambas concentram-se na técnica e nas manobras realizadas pelos skatistas, com a diferença principal no tipo de ambiente onde as competições ocorrem.
Em novembro do ano passado, Gustavo expressou a ambição de defender o seu título mundial na Street League, conquistado no Rio de Janeiro, Brasil, e de conseguir uma medalha olímpica em Paris 2024. Poucos dias após ter-se tornado o primeiro português a conquistar esse título, ao vencer a Super Crown, a etapa decisiva da edição de 2022 do circuito, Gustavo Ribeiro foi recebido calorosamente por muitos amigos e familiares no aeroporto de Lisboa. Descreveu a receção como magnífica e expressou o seu orgulho em ser o detentor do troféu, esperando que seja apenas o começo de muitas conquistas futuras. Quando questionado sobre os seus planos futuros, assegurou que o seu foco permanecerá o mesmo, concentrando-se em manter a sua posição como número um no mundo do skate. Reconhece que manter-se no topo será um desafio difícil mas não impossível. Os seus planos envolvem trabalhar duro, manter-se saudável e cuidar da alimentação.
Além disso, já está de olho nas Olimpíadas de Paris 2024, após ter conquistado um diploma olímpico com um oitavo lugar na prova de rua em Tóquio 2020. Gustavo agora almeja um lugar no pódio em Paris e está confiante de que pode trazer uma medalha na próxima edição dos Jogos Olímpicos.
Gustavo Ribeiro, de 22 anos, natural de Almada, destacou a importância do seu título mundial, resultado de anos de dedicação ao skate. Confessou a emoção após a vitória na Super Crown, especialmente com a execução bem-sucedida de uma manobra que ele treinou intensamente. Antes de vencer a Super Crown, Gustavo também triunfou na terceira etapa em Las Vegas e teve um bom desempenho nas etapas anteriores, o que contribuiu para a conquista do título mundial.
Natação
Qualificado oficialmente
Diogo Ribeiro
Portugal também vai ter representação na natação nos Jogos de Paris. Nos femininos, na natação pura, Camila Rebelo nos 200 metros costas (2.09,84 minutos) e, nos masculinos, Diogo Ribeiro – nos 50 metros livres (21,87 segundos), 100 livres (47,98) e 100 mariposa (51,45) –, Miguel Nascimento: – nos 50 metros livres (21,91) – e João Costa – nos 100 metros costas (53,71).
No final do passado mês de julho, Diogo Ribeiro, nadador do Benfica, alcançou um feito notável ao conquistar a primeira medalha para Portugal num Campeonato Mundial de natação, realizado em Fukuoka, Japão. Embora não tenha sido a medalha de ouro tão desejada, fez história ao garantir a segunda posição. Este resultado é um indicativo do seu potencial para futuras competições internacionais, incluindo as Olimpíadas de Paris no próximo ano.
Na meia-final, Diogo Ribeiro obteve um tempo mediano e largou da pista 1, que não é a mais favorável para alcançar bons tempos. No entanto, realizou uma prova incrível, permanecendo na disputa pelas posições no pódio. Num um esforço final, conquistou a medalha de prata com o tempo de 22,80 segundos, estabelecendo um novo recorde nacional, superando o tempo que lhe rendeu a medalha de ouro no Campeonato Mundial Júnior no ano anterior. A performance excepcional surpreendeu até o próprio nadador, que descreveu a experiência como um sonho tornado realidade.
É importante destacar que esta foi a primeira participação de Diogo Ribeiro num Campeonato Mundial sénior, após ter conquistado uma medalha de bronze no Campeonato Europeu em Roma. Os seus resultados são fruto do seu árduo trabalho, com treino sob a orientação de Alberto Silva, que já treinou alguns dos melhores nadadores brasileiros.
Importa referir que a sua carreira enfrentou um grande desafio em 2021, quando sofreu um acidente de moto em Coimbra, onde reside. Teve ferimentos graves, incluindo hematomas, uma microrrotura no peito e uma fratura no pé direito, que o levou a usar uma cadeira de rodas. No entanto, determinado a superar as adversidades, voltou aos treinos em apenas dois meses, apesar dos médicos preverem um período de recuperação muito mais longo. O apoio do Benfica, seu clube, desempenhou um papel fundamental na sua recuperação.