A mais importante competição de clubes tem início esta semana e, pela terceira vez consecutiva, Portugal está representado com três equipas: Benfica, FC Porto e Braga. Um feito que, por exemplo, a França não conseguiu, já que vai a jogo com apenas dois clubes. A edição deste ano fica também marcada pelo ataque do mundo árabe ao futebol do Velho Continente, desviando para a liga saudita os nomes mais sonantes da Liga dos Campeões, como Cristiano Ronaldo, Neymar, Karim Benzena, Sadio Mané, Riyad Mahrez, Marcelo Brozovic e Roberto Firmino, entre muitos outros, enquanto Lionel Messi preferiu mudar-se para Miami.
A UEFA pode continuar a desvalorizar esta debandada, mas os adeptos já perceberam aquilo que vão perder. Se quiserem continuar a ver jogadores fora de série vão ter de apanhar um avião para a Arábia Saudita ou EUA. Naturalmente que ficam grandes jogadores na Europa, caso de Haaland e Bernardo Silva (Manchester City), Vinicius Jr (Real Madrid), Lewandowski (Barcelona) e Modric (Real Madrid), mas estes nunca se sentaram à mesma de Messi e Ronaldo e, no caso do polaco e do croata, não são propriamente uns jovens.
No que diz respeito às equipas portuguesas, podemos dizer que o sorteio foi amigo para Benfica e FC Porto, já o Braga tem uma tarefa bastante mais complicada (ver quadro).
Embora a competição seja conhecida por liga milionária, há uns clubes mais milionários do que outros. Segundo o Transfermarkt, no grupo C, o plantel do Real Madrid está avaliado em 998 milhões de euros, o Nápoles em 603 milhões, o Union Berlin em 200 milhões e o Braga em 125 milhões. Já no grupo D, Inter Milão vale 513 milhões de euros, seguido pela Real Sociedad com 407 milhões, o Benfica com 366 milhões e o Salzburgo com 160 milhões. No grupo H, o Barcelona está avaliado em 784 milhões, o FC Porto em 273 milhões, o Shakhtar em 99 milhões e o Antuérpia em 99 milhões. Os milhões não ganham jogos, mas ajudam muito e, no final da fase de grupos, estaremos cá para fazer as contas.
Na quinta-feira têm início a Liga Europa e Liga Conferência. O Sporting está presente na Liga Europa com aspirações a fazer um brilharete. A equipa de Rúben Amorim desloca-se à Áustria na primeira jornada, dia 21 (20h00), para defrontar o Sturm Graz. Nas jornadas seguintes defronta a Atalanta e o Raków e são grandes as hipóteses de passar à fase a eliminar.
Nova Liga dos Campeões
A prova vai ter um novo formato a partir de 2024/25. Serão 36 equipas ao invés das atuais 32, não haverá pré-eliminatórias e a fase de grupos passa a ser uma liga disputada por todos os clubes. Cada equipa realiza oito jogos (quatro em casa, quatro fora) contra rivais diferentes, mas não jogam todos contra todos. Vão existir quatro grupos (A, B, C e D) de nove equipas cada, constituídos de acordo com o ranking UEFA, que é calculado em função dos resultados de cada clube nas competições europeias nas últimas cinco temporadas. Os jogos não serão feitos apenas em função da constituição dos grupos. Uma equipa do grupo A vai fazer duas partidas com equipas do seu grupo, mas jogará também duas partidas com equipas dos grupos B, C e D, num total de oito jogos, o mesmo acontece para os outros grupos. Nesta fase duas equipas do mesmo país não se poderão defrontar, exceto nos casos em que há cinco ou seis participantes do mesmo país. Na futura Liga dos Campeões serão realizados 144 jogos, contra os 96 do modelo atual. Também os dias de jogo foram alargados. Além da terça e quarta-feira, haverá jogos à quinta-feira. As oito melhores equipas qualificam-se para a fase a eliminar. As equipas que ficarem entre o 9.º e 24.º vão disputar um play-off, a duas mãos, e os vencedores garantem as últimas oito vagas. Os finalistas terão de realizar 17 partidas, contra as 13 atuais, ou, caso alguma equipa venha do play-off, terá de realizar 19 jogos. As equipas eliminadas já não passam para a Liga Europa e deixam as competições europeias.
A UEFA espera atingir os 4.8 mil milhões de euros (+ 33%) com as receitas dos direitos de televisão do novo formato da Liga dos Campeões, pelo que haverá naturalmente mais dinheiro a ser distribuído pelos clubes participantes. Em contrapartida, a nova distribuição de receitas irá aumentar as disparidades financeiras e, consequentemente, desportivas entre os clubes que jogam a Liga dos Campeões e os outros, pelo que garantir um lugar na elite é uma obrigação.