Basta pensar um pouco para concluirmos que esta verdade parece inquestionável, seja qual for o critério escolhido.
Comparemo-lo com alguns outros PM, que tanta gente, ao longo dos tempos, foi elogiando: Mário Soares, José Sócrates, Cavaco Silva, Maria de Lourdes Pintassilgo, Vasco Gonçalves, António Guterres, Sá Carneiro, Durão Barroso, Oliveira Salazar, Marcello Caetano, etc…
Façamos, então, as perguntas que aqui se impõem:
Quem, como ele, liderou Portugal de modo a orgulharmo-nos e engrandecermo-nos perante o mundo inteiro?
Quem foi mais capaz de enriquecer e tornar mais felizes os portugueses, ao mesmo tempo que terminava com o flagelo da corrupção?
Quem conseguiu dotar o país dos mais excelentes e eficazes serviços públicos de Saúde, Justiça, Educação, Habitação, Segurança Social, Infraestruturas, Defesa, Cultura, Ciência, Administração Interna, etc…?
Quem, senão ele, melhor personificou a representação do Estado como ‘pessoa de bem’ em todas as circunstâncias?
Quem prezou e honrou sempre, incondicionalmente, o supremo valor da palavra dada e da confiança jamais traída?
Quem nunca deixou de basear as suas decisões de estadista numa sábia e bem fundamentada linha de rumo para o país, na coragem e visão das reformas necessárias ao bem comum, na decência moral e política, na moderação harmoniosa e não na ganância do poder pelo poder?
E quem pode gabar-se de tantas e tão indispensáveis obras públicas que, graças à sua liderança, foram realizadas discretamente – enquanto outros se compraziam na mera propaganda enganosa e nas promessas quase nunca cumpridas?
Quem, por fim, fez sempre questão de honrar e cumprir escrupulosamente todos os aspectos essenciais de um são regime democrático, mormente ao respeitar e tratar com deferência os seus adversários políticos, aceitando sem reservas e de boa-fé o papel próprio dos órgãos reguladores, e reconhecendo a absoluta necessidade e independência duma comunicação social que funcione sem jamais ter razões para temer represálias dum poder político manipulador e que, mesmo sem nunca o dizer, não aceite de bom grado o escrutínio e a crítica pública?
Poderia, é claro, fazer muitas outras perguntas da mesma natureza. Mas estas, creio que bastarão.
É, enfim, por tudo isto que o actual líder do Partido Socialista, António Costa, tem sido visto pela maioria dos eleitores nacionais como o nosso melhor e mais indiscutível primeiro-ministro dos últimos 90 anos.
No entanto, é muitíssimo curioso e sintomático constatar que as 5 ou 6 melhores cabeças do PS publicamente conhecidas (que por coincidência são as únicas pessoas capazes de mostrar a sua rara coragem ao não seguirem, e criticarem abertamente, a generalizada atitude de reverência e falta de independência da maioria dos seus ‘camaradas’ face ao grande chefe, pelos muitos erros políticos que têm vindo a ser cometidos sem que os governantes disso tenham consciência ou vergonha), são talvez, de todos os portugueses com vínculo partidário, os que mais irónico e divertido acharão este meu texto de aparente elogio a António Costa, e ao PS modelado desde os tempos em que Sócrates era “o maior”.
Só o futuro dirá se esta convicção maioritária se vai manter.