A ministra da Educação, Elvira Fortunato, anunciou que os estudantes bolseiros que estão a estudar longe de casa terão um reforço do complemento ao alojamento que poderá chegar aos 38%.
O anuncio foi feito nesta sexta-feira no parlamento quando o governo decidiu aumentar, já este ano letivo, os apoios ao complemento de alojamento dos estudantes bolseiros deslocados.
“O governo avaliou e aprovou um reforço significativo do complemento de alojamento para estudantes bolseiros deslocados do ensino superior modo a garantir que os complementos pagos estão de acordo com o preço médio do alojamento privado praticado nas diferentes cidades no país”, explicou a ministra, acrescentando que as medidas até agora aprovadas “aumentam em 38% os apoios para estudantes” podendo em alguns casos, representar um aumento em “mais de 5020 euros anuais”.
A ministra com a tutela do ensino superior apontou que o ano letivo em curso está a iniciar “de acordo com o previsto e atrevemo-nos mesmo dizer que está a correr muito bem”. A governante sublinhou que apesar de ter havido “melhorias introduzidas no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior assim como na Ação Social” ainda “há muito a fazer” nomeadamente, na habitação, um dos “aspetos mais preocupantes”.
A ministra acrescentou ainda que a maioria dos primeiros projetos (60%) para novas camas que foram contratualizados há exatamente um ano — em setembro de 2022 — “estão já em construção ou prestes a arrancar”.
Porém, antes da intervenção de Elvira Fortunato , o deputado do PCP Alfredo Maia, traçava um cenário diferente, criticando a “”gritante carência de 104 mil camas em residências” e de um Plano Nacional para o Alojamento do Ensino Superior (PNAES) “que não sai do papel”.
Para os comunistas, “impõe-se a ampliação urgente da rede pública das residências” assim como um “aumento do apoio ao alojamento entre outras medidas”.
Alfredo Maia alertou também para o facto de os preços estarem a subir nas cantinas e para a precariedade de quem trabalha no ensino superior, “que atinge 53% dos total dos docentes” e “75% dos investigadores ou mesmo 80% quando se considera os bolseiros de projetos de unidades de investigação”.