Presidente do Supremo Tribunal vota a favor da descriminalização do aborto no Brasil

A juíza Rosa Weber considerou que a proibição do aborto afeta o núcleo dos direitos das mulheres à liberdade, à autodeterminação, à intimidade e dignidade.

A juíza presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil votou a favor da descriminalização do aborto até às 12 semanas de gestação.

O julgamento que permitiu esta decisão começou durante a madrugada e ainda não tem data de término.

A juíza Rosa Weber considerou que a proibição do aborto, exceto em casos de violação, risco da mãe e fetos com anencefalia, afeta o núcleo dos direitos das mulheres à liberdade, à autodeterminação, à intimidade e dignidade.

Esta ainda destacou que a norma atual é “excessiva” e “desproporcional”, ao dar “prevalência absoluta à proteção da vida potencial (do feto)” e não ter em conta “a igual proteção dos direitos fundamentais das mulheres.”

Para a magistrada, o “desenho institucional mais eficaz” para a proteção do feto e da mulher não é a criminalização, mas sim políticas públicas que previnam a gravidez indesejada.

A juíza deve reformar-se no início de outubro, quando completará 75 anos, e já tinha manifestado a intenção de votar antes de deixar a presidência do STF.

Depois do voto dela, o juiz Luis Roberto Barroso, que será o próximo presidente do tribunal, pediu a mudança do julgamento para a modalidade presencial e não virtual, paralisando a votação.

Ainda não há data para a continuação do julgamento.