Joana Gomes Cardoso não vai receber qualquer retribuição enquanto comissária-geral para a participação de Portugal na Expo 2025 Osaka Kansai, no Japão. A garantia foi dada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) ao Nascer do SOL, tendo o gabinete do ministro João Gomes Cravinho esclarecido que «o cargo não é remunerado».
A nomeação de Joana Gomes Cardoso foi aprovada em Conselho de Ministros, no início de setembro, mas a resolução ainda não foi publicada em Diário da República, não havendo até aqui informação sobre quanto é que a nova comissária-geral iria auferir.
O comunicado do Conselho de Ministros, divulgado a 7 de setembro, apenas referia que compete a Joana Gomes Cardoso «assegurar, em coordenação e em complemento do trabalho realizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E. P. E. (AICEP, E. P. E.), uma abordagem multidisciplinar e transversal da participação de Portugal naquela exposição, em particular na área cultural».
O Nascer do SOL questionou tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros como a AICEP, quanto ao vencimento, ajudas de custo e despesas de representação (em viagens e alojamentos) estipuladas para o cargo. Mas, segundo o MNE, Joana Gomes Cardoso estará à frente da representação portuguesa no Japão de forma «pro bono», sendo ‘apenas’ asseguradas pelo Estado as despesas de representação.
A anterior resolução que designava o presidente do conselho de administração da AICEP para exercer as funções de comissário-geral de Portugal para a Expo 2025, publicada em Diário da República a 29 de dezembro do ano passado, estabelecia que «os designados para a equipa de coordenação [composta por um comissário-geral e um vice-comissário, pelo diretor da Direção Expo e Eventos da AICEP, pelo Embaixador de Portugal no Japão e por um conselheiro especial], não auferem qualquer remuneração ou abono, independentemente da respetiva natureza, pelo exercício das suas funções». Situação que se manterá com Joana Gomes Cardoso no cargo.
A ex-jornalista, filha da antiga eurodeputada socialista Ana Gomes e do historiador António Monteiro Cardoso, foi vice-presidente da Amnistia Internacional em Portugal e diretora-geral do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério da Cultura, funções que exerceu entre 2010 e 2012. Foi ainda presidente do conselho de administração da EGEAC até junho de 2022, quando pediu demissão. No ano passado, foi condecorada pelo Governo francês como oficial da Ordem das Artes e das Letras.
A cidade de Osaka, no Japão, será pela segunda vez anfitriã da Exposição Mundial que vai decorrer de 13 de abril a 13 de outubro de 2025, subordinada ao tema «Desenhar a sociedade do futuro nas nossas vidas».
Para já, a participação portuguesa tem um orçamento aprovado de 21 milhões de euros e o oceano é o tema escolhido para o pavilhão nacional.