Aos 74 anos, o escritor franco-libanês Amin Maalouf acaba de ser eleito secretário perpétuo da Academia Francesa – um posto vitalício –, 12 anos depois de assumir a cadeira que antes pertencia ao antropólogo Claude Lévi-Strauss. A ministra da Cultura francesa, Rima Abdul Malak, também ela franco-libanesa, elogiou a escolha, descrevendo Maalouf como «um enorme escritor, um homem de fraternidade, de diálodo, de apaziguamento».
Autor do revolucionário As Cruzadas Vistas pelos Árabes e de Samarcanda, o novo secretário perpétuo da Academia nasceu em Beirute em 1949, numa família de intelectuais. O pai era jornalista e a mãe musicóloga. Passou a infância no Egipto, regressando depois à sua cidade natal para fazer os estudos universitários em Sociologia e Ciências Económicas. Com o eclodir da guerra civil libanesa, mudou-se para França com a mulher e os três filhos, e, seguindo as pisadas do pai, tornou-se chefe de redação do jornal Jeune Afrique.
As suas mais recentes intervenções públicas têm sido marcadas pelo desencanto face à sociedade atual, bem patente no seu livro O Naufrágio das Civilizações. «Por muito pessimista que seja o meu livro, acho que fiquei aquém da realidade», disse em 2020 ao jornal i. Os membros da Academia Francesa são conhecidos como os ‘imortais’.