A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) acusa o Ministério das Finanças de estar a chumbar as contratações propostas nos planos de atividades e orçamento dos hospitais.
“Os [orçamentos] que foram aprovados vieram amputados das contratações que tinham proposto”, afirmou o presidente da APAH. Citado pela agência Lusa, Xavier Barreto deu como exemplo o Hospital de Gaia: “Fez uma grande proposta de contratações, que foi entendida como excessiva e [as contratações] foram chumbadas”.
Em julho foi noticiado que o Hospital de Gaia tinha proposto cerca de 600 contratações e apenas tinham sido autorizadas 40.
“Os hospitais fazem estes pedidos de contratação precisamente para ter escalas completas e, no limite, deixarem de ter horas extraordinárias”, lembrou Xavier Barreto ao mesmo tempo que lamentou a “falta de sensibilidade” do Ministério das Finanças.
A questão não se coloca no caso dos médicos que fazem urgências, pois os hospitais já têm autonomia de contratação desde o ano passado, mas sim para todos os outros profissionais.
“Se os hospitais fazem uma proposta de contratação de 10, 20 ou 30 enfermeiros, fazem-no porque, de facto, precisam daqueles enfermeiros, por todas as razões, mas muitas vezes por uma necessidade de reduzir custos com horas extraordinárias”, afirmou o responsável. “Lamentamos muito que as Finanças não tenham tido esta noção”, acrescentou.