Nascido a 2 de março de 1988, em Middlesbrough, em Inglaterra, James Arthur enfrentou desafios consideráveis na sua infância e adolescência. Tendo crescido no seio de uma família com poucos recursos, ele encontrou na música uma forma de escape e expressão. A sua paixão pela mesma levou-o a aprender a tocar guitarra e a escrever as suas próprias canções desde jovem. O mundo conheceu James Arthur em 2012, quando ele decidiu fazer o casting para a nona temporada do famoso programa de talentos ‘The X Factor’ no Reino Unido. A sua interpretação de ‘Young’ de Tulisa Contostavlos durante a audição impressionou os jurados e o público. Arthur rapidamente destacou-se como concorrente e, ao longo da competição, mostrou a sua versatilidade musical. Conquistou o título de vencedor do ‘The X Factor’ em 2012, o que marcou o início da sua carreira musical profissional. A sua música de estreia, ‘Impossible’, de Shontelle, que apresentou durante a final da competição, tornou-se um sucesso instantâneo nos tops do Reino Unido e internacionalmente. A canção atingiu o primeiro lugar no UK Singles Chart e vendeu milhões de cópias em todo o mundo.
No entanto, apesar do seu sucesso inicial, James Arthur enfrentou desafios pessoais e profissionais ao longo dos anos. Ele lutou contra problemas de saúde mental e envolveu-se em controvérsias públicas, o que o levou a afastar-se dos holofotes por um período. Apesar dos obstáculos, Arthur voltou à cena musical em 2016 com um novo álbum. Este incluiu sucessos como ‘Say You Won’t Let Go’, que se tornou um fenómeno global. A canção alcançou o topo dos tops em diversos países e rendeu a James Arthur uma indicação a um Brit Award.
Agora, aos 35 anos, depois de atuar nos Globos de Ouro da SIC e a dois meses do seu concerto em Braga, fala com a LUZ sobre os seus álbuns e ‘Bitter Sweet Love’, que lançará em janeiro do próximo ano.
Em 2011, fez o upload de muitas das suas músicas no SoundCloud e no YouTube, tal como o de um álbum intitulado ‘Sins by the Sea’, que incluía 16 faixas. Nessa altura, imaginava que se tornaria um artista bem-sucedido?
Sonhava, tinha esperança e visualizava que o seria, mas ainda hoje parece que ‘não me caiu a ficha’! Acho que aquilo que me aconteceu é um bom exemplo de trabalho árduo e otimização de habilidades.
Lançou um EP com a James Arthur Band, sendo que esta consistia em si enquanto vocalista e guitarrista e noutros quatro membros. O que pode contar sobre o grupo?
Era uma espécie de grupo de blues, rock, soul, R&B, fusão… Eram as minhas canções originais, mas com uma banda. Trabalhava com rapazes – o Jez Taylor, o Chris Smalls, o Jordan Swain e o Rich Doney – que conhecia e eram ótimos músicos. Passei por várias bandas antes de entrar no X Factor.
Alcançou a fama depois de vencer a nona série do X Factor em 2012. O seu single de estreia, um cover de ‘Impossible’ de Shontelle, foi lançado após a final, e estreou em primeiro lugar no UK Singles Chart. É o single vencedor de maior sucesso na história do programa. O que lhe passava pela cabeça nessa época?
É difícil responder a essa pergunta porque tudo aconteceu há 11 anos e parece que foi há uma vida, mas acho que pensei ‘Esta é a minha oportunidade para mostrar aquilo que sei fazer ao mundo’. Foi muito entusiasmante, mas também estava extremamente nervoso. Foi traumatizante e, simultaneamente, um sucesso enorme.
O single seguinte, ‘You’re Nobody ‘til Somebody Loves You’, chegou a número 2 no UK Singles Chart. Lançou o seu primeiro álbum de estúdio em novembro de 2013. O álbum estreou e alcançou a posição número dois no UK Albums Chart.
Mais uma vez, perguntas-me como é que era a minha vida há 10 anos. É o mesmo que me perguntares como era tudo quando tinha cinco anos [risos]. Não me consigo lembrar em que pensava. Julgo que estava meio que ‘insensível’ em relação a tudo o que se passava porque era apenas um rapaz de 23 anos que tinha vindo do nada. Ganhar o X Factor já foi uma loucura, lançar o primeiro single foi outra, ter dinheiro para fazer aquilo que queria era… Como ser o Charlie na Fábrica de Chocolate! Tive de encontrar um equilíbrio e isso levou anos!
Em 2015, assinou um novo contrato com a Columbia Records para lançar o seu segundo álbum de estúdio, ‘Back from the Edge’, em 2016. O primeiro single do álbum, intitulado ‘Say You Won’t Let Go’, lançado em setembro de 2016, fez muito sucesso, alcançando a posição número 1 no UK Singles Chart. ‘Back from the Edge’ foi lançado em 28 de outubro de 2016 e estreou em primeiro lugar no UK Albums Chart. Esperava que essa música fosse o seu maior sucesso?
Não, não esperava que viesse a ser este clássico que nunca desaparecerá. Achava que era uma simples música de amor que fazia parte do meu álbum.
A 18 de outubro de 2019, depois de lançar vários singles nos dois anos anteriores, lançou o seu terceiro álbum de estúdio, ‘You’. Este álbum estreou e alcançou a posição número dois no UK Albums Chart. Qual é a sua perspetiva acerca do mesmo?
Sinceramente, parece-me um pouco desarticulado, mas tem algumas das minhas músicas mais ouvidas. E nunca pensei que fosse esse o caso! Como a ‘Treehouse’ ou a ‘Naked’. Mas continuo a acreditar que o álbum mais coerente que fiz até hoje é o quinto.
Enquanto alguns artistas aproveitaram os confinamentos para produzir música, outros sentiram-se desanimados. A 5 de novembro de 2021, lançou ‘It’ll All Make Sense in the End’. Como foi o processo?
Trabalhei arduamente, mas, tal como muitas outras pessoas, não fiz nada nos primeiros meses de pandemia. Comi pizza e outras ‘porcarias’ e pensava ‘Fixe, já não tenho de trabalhar!’. Até que cheguei a um ponto em que pensei ‘Ok, tenho de fazer alguma coisa’ e, por isso, é que encaro esse disco como um projeto de confinamento e não propriamente como um álbum. No entanto, estava a escrever muitas ideias antes de conseguir que um produtor viesse até minha casa, mas quando isso aconteceu, havia cerca de 60/70 músicas escritas num período de três meses.
“Foi um momento de muita reflexão que me fez realmente pensar sobre como seria ser pai – como eu seria como pai. Pensei em como o meu futuro filho se sentiria em relação ao meu trabalho e nas coisas que um dia ele poderia ler sobre mim”, disse em entrevista ao SongwriterUniverse em dezembro de 2021. Agora tem uma filha chamada Emily, tal como na música que compôs!
Ela é perfeita!Feliz, saudável! Hoje vou para casa vê-la. Ela diz ‘papá’ muitas vezes. Escrevi a ‘Emily’ e a ‘Heartbeat’ para ela. E aqui está!
O que pode revelar sobre ‘Bitter Sweet Love’, o seu álbum que será lançado no próximo ano?
É o meu preferido de todos aqueles em que trabalhei até hoje. Está cheio de desgostos, amor… Boas músicas, baladas acústicas de que os meus fãs gostam, algumas coisas mais rock que adoro fazer…
Com quem gostaria de colaborar?
Com a Olivia Rodrigo e o Drake! Há imensas pessoas, mas escolhi-os ao acaso agora!
O que falha na indústria musical?
Essa é uma grande questão, mas acho que algum tipo de regulação. Não que os músicos devam ser encarados como atletas de competição ou coisa parecida, mas noutras indústrias há sistemas ou infraestruturas que permitem que toda a gente tenha oportunidades iguais de ser ouvido. Na música há política e dinheiro a dominar o jogo. Antes de estar no X Factor, foi claro para mim que as pessoas que tinham sucesso nesta indústria eram aquelas que tinham recursos financeiros, vinham da artistocracia… Pessoas como eu nunca chegariam a lado nenhum sem oportunidades como a de concursos televisivos. Há demasiados miúdos ricos na música! As pessoas de backgrounds menos favorecidos têm direito a prosperar.
Gostou de atuar nos Globos de Ouro da SIC?
Foi uma honra! É uma cerimónia tão importante e fui escolhido. Estava toda a gente cheia de calor, mas cantaram, entusiasmados, a ‘Say You Won’t Let Go’. Quanto à ‘Blindside’… Já tive de me esforçar e focar mais porque fui eu que a cantei sozinho, mas correu muito bem!
O que espera do seu concerto, em dezembro, em Braga?
Espero que as pessoas vão, tenham energia, cantem comigo e passem um bom bocado!
O que gostaria de dizer aos seus fãs portugueses?
Que os adoro e agradeço o apoio contínuo!
O que espera do futuro?
Não tenho expectativas: apenas esperança de ter saúde e de ser uma voz que as pessoas querem ouvir