O Ministro da Educação alertou este domingo para o risco da cultura do imediatismo no aprofundamento de radicalismos e intolerâncias. João Costa deu como exemplo o conflito entre Israel e o Hamas e a confusão entre ativismo e vandalismo.
“Esta cultura do imediato prejudica a qualidade da democracia, por um lado, e a qualidade da aprendizagem por outro”, afirmou governante, considerando que a falta de tempo para transformar a informação em conhecimento, conduz a “aprofundamento de novos radicalismos e de novas intolerâncias”.
Dando como exemplo a atual guerra entre Israel e o Hamas, João Costa disse ver “com tristeza, opiniões em que parece que o sangue de uns vale menos do que o sangue de outros, como se o sangue das crianças, dos dois lados daquele muro não fosse exatamente igual” e não se estivesse “sempre a falar de seres humanos que estão a perder a sua vida”.
O ministro da Educação exemplificou também com a “confusão entre ativismo e vandalismo, porque o ataque à arte é o ataque à palavra, o ataque à expressão e o ataque à liberdade criativa”. João Costa, que falava no encerramento do Seminário da Educação, evento integrado na programação do Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos, considerou que tal acontece quando a sociedade recusa a si própria “o tempo do aprofundamento, o tempo do debate, o tempo da complexidade, o tempo que está inerentemente associado à leitura”.