O Presidente russo diz que os mísseis de longo alcance entregues pelos EUA apenas vão “prolongar a agonia” da Ucrânia. Kiev considera que estes podem contribuir para acelerar a sua contraofensiva.
Na terça-feira, Washington anunciou ter fornecido ao exército ucraniano mísseis ATACMS (Army Tactical Missile System) com um alcance de 165 quilómetros. O presidente ucraniano anunciou depois a primeira utilização “com sucesso” dessas armas. Em paralelo, as forças ucranianas reivindicavam ataques contra aeródromos russos em território ocupado.
Esta quarta-feira, Vladimir Putin considerou que o envio destes mísseis não vai alterar o curso da guerra, reivindicando de novo que a Ucrânia teve pesadas baixas na sua contraofensiva sobre as defesas russas. “O fundamental é que [os mísseis ATACMS] não vão alterar radicalmente a situação na linha de contacto, é impossível”, afirmou o presidente russo numa conferência de imprensa em Pequim, na reta final da sua visita à China. “Para a Ucrânia não representa nada de bom. A agonia será prolongada”, acrescentou.
O líder russo considerou ainda que Washington cometeu “um grave erro e que o fornecimento dos ATACMS à Ucrânia demonstra “que os Estados Unidos estão cada vez mais envolvidos neste confito”.
A Ucrânia, que forçou Moscovo a diversos recuos no terreno em 2022, desencadeou em junho uma contraofensiva para recuperar 20% do seu território controlado pelo exército russo e as milícias russófonas locais, e entretanto anexado por Moscovo. Kiev garante que as suas tropas continuam a avançar, mas com progressos lentos devido à hesitação ocidental de fornecer novos armamentos.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.