Cerca de 50 dentistas em protesto em frente ao parlamento

Os médicos dentistas alertam que Portugal tem mais do dobro dos profissionais recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e simultaneamente tem “um dos piores índices de saúde oral da União Europeia”.

Estão, esta quinta-feira, em frente ao parlamento, cerca de 50 dentistas, debaixo de chuva intensa, para exigir a criação da carreira especial de médico dentista no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e alertar pra a precariedade vivida no setor.

Num dia em que grande parte do país se encontra em alerta laranja devido à depressão Aline, os profissionais em protesto, convocado pelo Sindicato dos Médicos Dentistas (SMD), não abdicaram de se manifestar devido “à espiral desvalorização da classe”.

Os manifestantes empunham guarda-chuvas e uma faixa que diz “Excesso de médicos dentistas em Portugal. Há médicos dentistas a passar fome” e gritam ainda, sob a chuva que cai, palavras de ordem como “Planos de saúde são uma fraude” e “Saúde oral para todos”.

As reivindicações dos profissionais da área da saúde encontram-se expostas nas faixas colocadas sobre as baias, colocadas à frente das escadarias da Assembleia da República, onde se pode ler “Médicos dentistas do SNS não têm enquadramento legal. Cansados de promessas queremos carreiras” ou “O cheque dentista não resolve os problemas da saúde oral. Benefício social à custa dos médicos dentistas”.

Os médicos dentistas alertam que Portugal tem mais do dobro dos profissionais recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e simultaneamente tem “um dos piores índices de saúde oral da União Europeia”.

“O rácio de 800 habitantes para cada médico dentista passará, em 2025, para 650 habitantes para cada médico dentista, o que é manifestamente exagerado e nefasto quer para a profissão quer para a classe que atravessa a maior crise laboral, desde que existe em Portugal”, salienta o sindicato.

Os médicos dentistas reivindicam também a regulamentação dos Planos de Saúde, a reformulação dos cheques dentista, “a redução imediata dos ‘numerus clausus’” e “impedir a abertura de mais um curso de medicina dentária”.