Dois ativistas do grupo Climáximo interromperam um espetáculo no teatro São Luiz, em Lisboa, este domingo.
Em comunicado, enviado às redações, o grupo refere os ativistas subiram ao palco e fizeram uma intervenção sobre “o significado da própria peça no estado atual do mundo perante a crise climática”, no início do espetáculo ‘Europa’.
“Esta peça é sobre nós, sobre a nossa normalidade, sobre a nossa cumplicidade, sobre a nossa responsabilidade coletiva. Eles estão a destruir tudo que amamos. Neste preciso momento. Deliberadamente. De uma forma coordenada. São as pessoas comuns que têm de assumir a sua responsabilidade, deixar de dar consentimento ao genocídio e ecocídio, e resistir à destruição da civilização”, refere ainda o grupo, acrescentando que a peça de teatro “conta a ansiedade e o medo de uma aldeia de fronteira”.
O grupo defende que há “várias formas de pensar em guerra na Europa: algo que acontece «lá», num lugar abstrato; algo que acontecia «antes» e que agora já não acontece «cá»; algo com o qual os países europeus não têm nada a ver; algo que às vezes impacta os países europeus mas sobre o qual eles não têm responsabilidade”, pode ler-se.
“Todas estas formas são erradas no contexto da crise climática: continuando o seu modelo económico baseado no capital fóssil, os países europeus são responsáveis por armas de destruição em massa. As cheias na Líbia, os incêndios na Argentina, os tufões na China e a seca no Algarve são bombas atiradas que destroem casas, vidas e ecossistemas. Manter o atual sistema económico é um ato deliberado de violência contra as sociedades de hoje e do futuro”, acusa o Climáximo.
É por isso que “os ativistas subiram ao palco”, para “dar esta perspetiva antes da peça de teatro, porque a guerra atual que os governos e as empresas declararam contra as sociedades e o planeta não pode ser compreendida com um distanciamento emocional e pessoal ao assunto”.
O grupo de ativismo climático disse que a intervenção foi recebida “com aplausos”, e “com apelos” para poderem falar, “a bem da liberdade de expressão”.