Brasil aprova imposto para super-ricos e fundos no estrangeiro

O governo prevê arrecadar cerca de 20 mil milhões de reais (3,8 mil milhões de euros) com estes dois impostos em 2024

A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou na madrugada desta quinta-feira (quarta-feira hora local), um projeto do governo do Presidente Lula da Silva para tributar os super-ricos e as pessoas com investimentos no estrangeiro. O texto, que será agora analisado pelo Senado, a câmara alta do parlamento, obteve 323 votos a favor e 119 contra.

A medida – vista como uma vitória do presidente de esquerda, que lida com um Congresso controlado por forças de centro e direita – faz parte do pacote de iniciativas promovidas pela equipa económica de Lula da Silva para aumentar as receitas públicas e assim conseguir equilibrar as contas públicas do Brasil.

O governo prevê arrecadar cerca de 20 mil milhões de reais (3,8 mil milhões de euros) com estes dois impostos em 2024. No entanto, os cálculos deverão ser alterados, uma vez que  deputados da câmara baixa do Congresso reduziram o imposto sobre fundos no exterior para 15%. A proposta do governo era de 22,5%. 

Para os rendimentos de fundos exclusivos, que têm um único dono e exigem um investimento mínimo de 10 milhões de reais (1,9 milhões de euros), haverá também uma taxa de 15%, que pode chegar a 20% para investimentos de curto prazo.

Atualmente, a tributação desses fundos fechados ocorre apenas no momento de liquidação dos títulos. Os números oficiais revelam que existem 2.500 brasileiros com este tipo de fundos, com um valor total estimado de 756,8 mil milhões de reais (143,6 mil milhões de euros).