Apesar do boicote israelista e das desistências das gigantes tecnológicas como a Google, Meta e Amazon, na sequência da polémica em torno da posição de Paddy Cosgrave sobre a guerra entre Israel e o Hamas, o Governo de António Costa assegura que a Web Summit «tem condições para decorrer com normalidade».
O Executivo, através do Ministério da Economia, revelou em comunicado que «encetou, na passada semana, um conjunto de diligências com os diferentes ‘stakeholders’ do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023». «As informações recolhidas até ao momento, através desses contactos, dão garantias ao Governo de que o Web Summit, que se reveste de enorme importância para o País, tem condições para decorrer com normalidade», refere o gabinete de António Costa Silva.
A mesma nota assinala ainda que o Executivo «mantém-se empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto».
Esta é a primeira reação pública do Governo à polémica que culminou com a demissão do CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave.
O empresário irlandês abandonou a liderança da cimeira tecnológica perante uma onda de críticas, após ter publicado na rede social X (antigo Twitter) que «os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando são cometidos por aliados, e devem ser chamados isso mesmo», justificando que os seus comentários sobre a guerra entre Israel e o Hamas estavam a ser uma «distração» para o evento.
Em reação às declarações de Paddy Cosgrave, o embaixador israelita em Portugal anunciou o boicote à iniciativa, que foi acompanhado pelas grande tecnológicas, como a Amazon, Meta (dona do Facebook), Alphabet (dona da Google), que cancelaram a participação no evento de empreendedorismo e tecnologia que vai decorrer em Lisboa entre os dias 13 e 16 de novembro.
Enquanto não é nomeado um CEO para suceder a Paddy Cosgrave, há uma equipa de gestão que vai supervisionar as operações da edição deste ano em Lisboa, já adiantou a organização do evento.
A Câmara de Lisboa também reafirmou o seu total empenho na iniciativa.