Angola vai inaugurar dentro de oito dias um novo aeroporto internacional, que vai substituir o actual 4 de Fevereiro, em Luanda, construído em 1954 e que já não dá resposta aos desafios do país.
O novo aeroporto abre com as operações de carga – numa primeira fase reunirá capacidade para 130 mil toneladas e, posteriormente, ascenderá às 400 mil. No final do primeiro trimestre de 2024, iniciam-se os voos domésticos e, no terceiro trimestre do próximo ano, as ligações internacionais. «Para um país como Angola, com mais de 30 milhões de habitantes e com taxas de crescimento populacional à volta dos três por cento ao ano nos últimos anos, segundo dados do Banco Mundial, com uma economia obrigada a – e com potencial para – crescer em percentagens superiores, não tenho a menor dúvida em declarar, de minha justiça, que o Aeroporto 4 de Fevereiro já não se adequa aos desafios que se colocam a este país e ao seu povo», escreveu Rui Carreira, piloto e gestor aeronáutico.
Batizado com o nome do primeiro Presidente de Angola e fundador da Nação, o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto é inaugurado no dia 10, na localidade de Icolo e Bengo, a cerca de 40 quilómetros do centro da cidade de Luanda.
A nova infraestrutura terá uma capacidade para 15 milhões de passageiros por ano, um número cinco vezes superior ao 4 de Fevereiro, que transporta 3 milhões mas com inúmeras dificuldades operacionais, principalmente nas horas de ponta a que também está sujeito o tráfego aéreo.
Numa comparação entre o atual aeroporto e o novo, Rui Carreira revela que a circulação dos passageiros do terminal doméstico para o internacional não dispõe de qualquer via dentro da própria estrutura e a movimentação de equipamentos e dos trabalhadores do aeroporto, pertencentes aos mais variados organismos que ali funcionam, é feita enfrentando inúmeros obstáculos físicos e burocráticos, diminuindo a sua eficiência e eficácia.
O Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto possui uma estrutura moderna e funcional. «Os aeroportos são elementos importantes na estrutura logística, quer doméstica, como internacional de cada país em função da sua localização e extensão geográfica», realça Rui Carreira, sublinhando que, brevemente, Angola começará a implementar a política de céu aberto para África, em África e entre companhias aéreas africanas.
«A economia angolana deve crescer a custa do desenvolvimento do turismo, de continuar a apostar nas indústrias extractivas e nas energias renováveis, na agricultura e no desenvolvimento e modernização dos transportes e logística», sublinha Rui Carreira, para acrescentar que estes factores conjugados e somados serão ingredientes importantes para o sucesso do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
Rui Carreira realça que a transporte aéreo disponibiliza aos seus utentes vantagens comparativas inequívocas pelo grande número de passageiros e grandes volumes de mercadoria transportados entre grandes distâncias transpondo montanhas, vales, oceanos e fenómenos naturais com um índice cada vez mais pequeno de obstáculos operacionais e níveis de segurança cada vez maiores.