Num artigo de opinião, publicado esta segunda-feira no jornal Público, o primeiro-ministro, António Costa, considera que “seria inexplicável que não concentrássemos as nossas energias no sucesso da reforma” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), numa altura em que, garantiu, existem mais recursos financeiros e humanos.
Sem referências diretas ao diferendo entre os sindicados médicos e o Governo, António Costa, no artigo de opinião, responde a António Sarmento, Chefe de serviço e professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que, na sexta-feira, também escreveu um artigo de opinião, dirigindo-se ao primeiro-ministro, questionando-o sobre “o que pensa sobre o SNS”.
António Costa defende que “agora que temos mais recursos financeiros e mais recursos humanos, seria inexplicável que não concentrássemos as nossas energias no sucesso da reforma da sua organização. Como sempre, com o envolvimento ativo dos profissionais de saúde, cujas carreiras e condições de trabalho estamos a valorizar”.
Aliás, o chefe de Governo reconhece que “com todos os muitos problemas que afetam o SNS, a atividade dos seus profissionais é verdadeiramente impressionante, exemplificando, nomeadamente o aumento do número de consultas e cirurgias com valores acima de 2015”.
No artigo, em que elenca as alterações em curso na organização do SNS, António costa explica que “a revolução em curso no SNS” resulta da decisão de “reforçar recursos, organizar a gestão da capacidade, otimizar o modelo de prestação de cuidados e qualificar instalações e equipamentos”.
“Não tenho a menor das dúvidas de que a garantia de termos um SNS com as características como as que consagrámos na nossa Constituição depende da capacidade de todos nos mobilizarmos na reforma da sua organização”, referiu.
Na semana passada, o médico António Sarmento pediu ao governante que respondesse publicamente a algumas questões que, na sua opinião, “milhões de portugueses gostariam também de ver respondidas”.
O chefe de serviço e professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, colocou várias questão, nomeadamente a pergunta sobre quais são os planos do Governo para, se por impossibilidade de concorrer com o setor privado, o SNS ficar cada vez mais depauperado de médicos, e as suas instituições sem qualidade científica, formativa, clínica e humana, sabendo-se que milhões de portugueses não têm alternativas”.
“Finalmente está ciente de que estamos na iminência de uma catástrofe que pode causar a perda de muitas vidas”, questionou o médico no artigo com seis perguntas.