China, Rússia, em parte a Turquia, Irão, Venezuela e os seus cúmplices do fórum de S. Paulo na América Central e do Sul cercam o Ocidente num anel de ferro que se vai apertando. Muita coisa separa esses aliados objetivos, mas uma há que os une, e é decisiva: o ódio à velha civilização judaico-cristã e aos seus valores, parte deles materializados na democracia liberal que estrutura os seus sistemas políticos. Como aliada, a extrema-esquerda global que controla as universidades e os meios culturais e mediáticos do Ocidente. Ao que há que somar ainda as larguíssimas dezenas de milhar de ‘refugiados’ muçulmanos radicalizados que entraram nos países do Ocidente misturados com os milhões de imigrantes económicos. Racismo e xenofobia? Não: dados concretos e objetivos de múltiplos serviços de informação oficiais do Ocidente, entre eles o nosso SIS.
É sob esse ângulo que haverá que avaliar a recente avançada do Irão sobre Israel por interpostos Hamas, Hezbollah e demais movimentos terroristas que, como drones humanos, enxameiam o Médio Oriente teleguiados pela teocracia iraniana. Israel, destruído o Líbano, mantém-se como a única democracia da região e como testa de ponte da civilização ocidental naquela parte do mundo e, por isso, o inimigo a abater. Riscar Israel do mapa representará uma derrota do Ocidente com incalculáveis consequências.
É tendo em conta este panorama que teremos de avaliar a gravidade de recentes decisões do governo português. Muito sinteticamente:
Em termos de política interna: Frente à resistência do SEF em colaborar com a política de portas abertas à imigração do anterior governo PS, este decidiu extingui-lo, com as suas funções agora distribuídas por sete diferentes entidades. Não vai funcionar, ponto. É neste vazio que o Governo pretende legalizar, até março, 600.000 imigrantes. Quantos desses se virão juntar aos já detetados cerca de 30.000 muçulmanos radicalizados? Ninguém sabe, nem o governo quer saber. Se a isto somarmos a magra parcela do OE destinada ao MAI quando a situação internacional é a que é e a nacional a acima descrita, fácil é de imaginar os riscos que corre a nossa segurança.
No que toca à política externa e, neste caso, à posição frente à guerra movida contra Israel, a posição do governo é inaceitável. O apoio dado à posição de Guterres após as suas inclassificáveis declarações sobre Israel, seguido do voto favorável à Resolução apresentada pela Jordânia para ser votada na AG da ONU e que, na prática, desculpabiliza o Hamas das atrocidades cometidas, colocam objetivamente Portugal no campo do Irão contra Israel, ou seja, no campo dos inimigos do Ocidente. E não foi só Portugal.
A Europa e o Ocidente estão a programar o seu próprio suicídio assistido. Uma morte burguesa, indolor e cobarde. Mas indolor, seguramente que o não será.