Este ano registou-se o aumento significativo de quase 50% no número de professores que se reformaram em comparação com o ano anterior, totalizando 3.521 profissionais. Os dados foram levantados com base na lista de aposentados e reformados pela Caixa Geral de Aposentações.
O balanço revela que, em dezembro, 371 educadores de infância e professores vão reformar-se, contribuindo para o total de 262 educadores de infância e 3.259 professores do ensino básico e secundário que se aposentaram ao longo do ano.
Desde o início do novo ano letivo em setembro, 1.415 docentes aposentaram-se, alguns deles já com turmas atribuídas, levando a preocupações da Federação Nacional de Professores (Fenprof) sobre a falta de professores para as aulas.
Comparando com o ano anterior, houve um aumento de 46,6%, visto que em 2022 se aposentaram 2.401 docentes da rede pública do Ministério da Educação. Na última década, 16.485 educadores e professores vinculados ao Ministério da Educação aposentaram-se, enquanto 25.522 docentes foram contratados no mesmo período.
Um estudo realizado em 2021 pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) e pela Nova School of Business & Economics alertou para a necessidade urgente de recrutar mais professores, prevendo a falta de 34.500 docentes até 2030 se não fossem tomadas medidas.
O Ministério da Educação tem implementado medidas para incentivar o regresso de professores às escolas e atrair jovens para a profissão, mas os sindicatos argumentam que essas ações são insuficientes. A falta de professores tem sido uma questão recorrente no início dos anos letivos, especialmente no sul do país, onde os salários muitas vezes não são suficientes para cobrir os custos de vida.
O Programa de Apoio ao Arrendamento, lançado pelo Ministério da Educação, teve apenas 15 professores a conseguirem alojamento a custos controlados até agora. A proposta de lei do Orçamento do Estado para 2024 contempla um subsídio para professores deslocados a mais de 70 quilómetros de casa.