Atores de Holywood terminam greve de quase quatro meses

Nos últimos anos, a IA tem permitido, por exemplo, trazer vozes de atores falecidos ou criar figurantes para reduzir o número de atores necessários em cenas de batalha.

O Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA, na sigla em inglês) chegou este sábado a acordo com alguns estúdios e produtoras para colocar um fim à greve que dura há quase quatro meses. 

Além de um aumento salarial mínimo de 7%, que vem de um novo fundo com cerca de 40 milhões de dólares anuais, um dos elemento-chave das negociações entre o sindicato e organizações como a Disney ou a Netflix foram as restrições à utilização de Inteligência Artificial (IA). 

O acordo “permite à indústria seguir em frente, não bloqueando o uso de IA”, disse um um negociador do SAG-AFTRA. Este acordo “garante a proteção dos artistas, garante os seus direitos”, acrescentou Duncan Crabtree-Ireland, citado pela agência AFP. 

Nos últimos anos, a IA tem permitido, por exemplo,  trazer vozes de atores falecidos ou criar figurantes para reduzir o número de atores necessários em cenas de batalha. Para reduzirem custos, muitos produtores querem que a IA desempenhe um papel cada vez mais importante e começaram a exigir que alguns atores participem em body scans em 3D, muitas vezes sem saber como, ou quando, as imagens serão usadas.

A presidente do SAG-AFTRA disse que as normas e regras são vitais, porque, “no mundo da IA, três meses equivalem a um ano” de trabalho. “Se não conseguíssemos estas restrições, o que seria daqui a três anos? Estaria tão fora do nosso alcance, que estaríamos sempre correr atrás do prejuízo”, explicou Fran Drescher.

Com o acordo, um ator deverá receber pela utilização da sua réplica digital a mesma remuneração que receberia se fizesse a mesma “quantidade de trabalho” numa cena na vida real. Os estúdios têm também de obter o consentimento de um ator – ou de seus herdeiros – sempre que usarem sua réplica digital num filme, ou episódio de televisão.