A demissão do primeiro-ministro por motivos de natureza judicial, fez manchete na comunicação social nacional e internacional, particularmente no quadro europeu e o golpe na credibilidade do Estado e das instituições democráticas foi profundo.
Todavia, os factos políticos da maior gravidade, que são do conhecimento público, não afetam apenas o primeiro-ministro. Atingem todo o governo e parte substancial das cúpulas do próprio PS,
A par da investigação autónoma no Supremo Tribunal de Justiça ao primeiro-ministro, o respetivo chefe de gabinete foi detido, vários ministros foram constituídos arguidos, ou são visados em inquéritos, o conselheiro para áreas económicas, parte em diversos negócios de Estado, nomeado pelo governo para o processo de privatização da TAP e depois administrador da companhia aérea foi detido e realizaram-se buscas na residência oficial em S. Bento pela primeira vez na história da democracia, bem como no ministério do Ambiente e das Infraestruturas
O CDS-PP, convém recordar, foi o primeiro partido, em dezembro de 2022, a defender a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas por entender que o estado da Nação e a sucessão de casos, demissões e investigações criminais demonstravam um ciclo que terminara. O tempo veio a dar razão ao CDS-PP. O governo arrastou-se no último ano e a crise política é hoje muito mais grave do que há um ano atrás.
Sejamos claros: no atual quadro parlamentar, qualquer outra solução governativa assente no PS, arrasta dramaticamente a crise política e não preserva o interesse nacional, frustrando as expectativas dos portugueses.
Mais do que notícias e incidências judiciais, é nas urnas que os eleitores têm de sancionar o PS pela confusão entre os interesses do Estado, do partido e dos negócios, pelo nível deplorável em que o governo deixou serviços públicos essenciais – Saúde, Educação e Justiça – e pela forma como fracassou nas políticas de habitação e bateu recordes de divida em valor absoluto, despesa pública e carga fiscal, mesmo sobre pessoas de menores recursos.
É por isso que as eleições antecipadas são um imperativo nacional. Portugal tem direito a um novo ciclo e a uma alternativa de centro-direita com uma estratégia de crescimento económico, que devolva rendimentos às famílias e às empresas e assegure eficácia aos serviços públicos, com preocupações sociais.
Nesse espaço político, o CDS-PP é uma direita que faz falta e que soma. Quando as eleições acontecerem, os votos na democracia-cristã e os mandatos que conquiste, a par de quadros notáveis que o país conhece pelo nome, ficarão ao serviço desses tempos de esperança, também na Assembleia das República.
Por enquanto, é tempo de construir.