Entendam-se e organizem-se

Nas necessárias proporções, o conflito na saúde tende a eternizar-se como o de Gaza…

O primeiro, o inevitável. Israel e a Palestina, certamente. É difícil compreender como há tanto tempo dura este conflito, como se não encontra uma solução de paz, como, a cada possível avanço há um boicote, um golpe, um retrocesso.

Tudo isto só tem como efeito o crescer dos ódios, a intolerância, o crescer da vertigem da guerra.

Seja como for, coexistem israelitas e palestinianos naquela área. Há muito tempo, talvez não desde a origem, mas desde o tempo suficiente para que se entendessem.
Bem sabemos que o extremismo religioso é o principal combustível.

O Irão não engana. Quer exterminar os israelitas e acabar com Israel.
Para isso não regateia esforços. Intervém em todos os países da zona tentando conquistar apoios e força militar, pretende ter como sua a bomba atómica, financia organizações como o Hamas e o Hezbollah, arma-os, treina-os, organiza-os.

Destrói o equilíbrio de países como o Líbano dividindo o poder entre o Estado sem poder e o poder militar como Estado. Ocupa-o, usa-o, coloca-o em risco.

Divide a autoridade Palestiniana. Expulsa-a de Gaza. Constrói o Hamas como força militar ocupante disfarçada de exército defensivo, confunde-o com a população, usa-a como escudo.
Une todos na noção de mártir.
Isto é, leva todos à morte que honra.

Israel pensa que a sua existência se deve à força militar, à ocupação, à recusa de uma ideia de negociação e temperança, faz ouvidos surdos às resoluções da ONU.

Nos últimos tempos tudo ficou mais claro.
O Hamas usou o terror brutal, Israel foi apanhado distraído.
Reagiu com violência absoluta, quer o fim do terror instalado.
O Hamas ajuda. Continua a atacar Israel, não entrega os reféns, ameaça, tenta ganhar a guerra psicológica.

Israel foge aos apelos dos Estados Unidos. Blinken faz o impossível.
Não sei, francamente não sei como tudo isto vai acabar.
Pobres palestinianos que julgam estar defendidos e são o povo enganado até à morte.

Pobres israelitas que não se dão conta de quem os representa os condena à eterna desgraça da guerra.
Fiquemos por aqui.

Um outro tema, este interno diz respeito à saúde dos portugueses.
Interessa-me pouco saber se há muitos ou poucos médicos. Não havendo os suficientes, nas condições atuais, as medidas tomadas são antinómicas. Moderam-se as entradas em Medicina em Portugal, deixa-se que os portugueses vão cursar no estrangeiro, contratam-se médicos de outros países.

A verdade é que as consultas e as cirurgias demoram tempos infinitos, que não há médicos de família para a grande maioria, que as urgências entram em crise pelo alegado abuso sobre os médicos quanto às horas extraordinárias.

O próprio Governo discute quanto às razões pelas quais tudo acontece.
Depois de ter despejado tanto dinheiro, conclui que talvez não seja essa a solução.

Tanto tempo e tão poucas ideias. Tanto tempo e tão poucas respostas. Tantas promessas e anúncios e nada.
Voltou à raiz de tudo.
Criou uma instituição mirífica há um ano.
O seu representante anuncia o caos nos próximos tempos.
É um otimista informado.

Os portugueses sentem ter cada vez menos ficarem mais desprotegidos, recearem que o serviço não seja nacional nem providencie a saúde.
Nas necessárias proporções, o conflito na saúde tende a eternizar-se como o de Gaza.
O primeiro-ministro falou. Nada.