74% dos portugueses estão a cortar nos gastos diários e 30% estimam utilizar as poupanças para pagar contas do dia-a-dia. Estudo divulgado esta segunda-feira revela que inflação e a subida dos juros obrigam a esta adaptação. ,
“Embora 74% procurem cortar nos gastos diários e 30% planeiem utilizar as suas poupanças para pagar despesas e contas do dia-a-dia, estas são apenas soluções temporárias”, revela um relatório da Intrum.
“Eventualmente, quando o seu dinheiro acabar, os consumidores deixarão de pagar algumas contas”, acrescenta o European Consumer Payment Report 2023 — Portugal da Intrum, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o estudo, após pagarem as contas e os bens essenciais, perto de 16% das pessoas afirmaram ter agora menos dinheiro para gastar do que no ano anterior. O relatório revela ainda que, em 2022, 22% dos consumidores não pagaram, pelo menos, uma fatura dentro do prazo.
O número de incumprimentos cresce entre entre a geração X e os millenials e quase três em 10 pessoas disse que sentiria menos culpa por ignorar o pagamento de uma conta agora, do que há alguns anos. Já mais de 40% espera que as empresas não se preocupem em adotar medidas contra os consumidores que têm pagamentos em atraso.
“À medida que os rendimentos reais dos consumidores estagnam ou diminuem, uma grande parte dos consumidores terá que fazer escolhas difíceis sobre como irá enfrentar a situação nos próximos seis meses: 63% podem cancelar gastos em férias e 72% dizem que podem gastar menos no Natal”, revela o documento.
Nos últimos seis meses, um em cada quatro inquiridos pediu dinheiro emprestado para pagar contas e um em cada dez poderá vir a necessitar de um crédito adicional para pagar as suas despesas diárias.
O estudo mostra ainda que menos de 40% dos portugueses têm uma poupança equivalente a um mês de rendimento ou abaixo disso, enquanto um em cada cinco não tem qualquer “almofada”.