Esta sexta-feira, o Chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan abordaram a situação em gaza, com posições contraditórias, mas com o objetivo comum de evitar um conflito a nível regional.
Em declarações antes do início do encontro, Scholz explicou que “em momentos difíceis fazem falta conversações diretas” sublinhando que entre ambos existe “um bom diálogo” apesar das “opiniões divergentes”.
O Chanceler alemão não exitou em referir a sua aposta “em pausas humanitárias” em Gaza, contudo, sublinhou que Israel “tem direito a defender-se” e a neutralizar a ameaça do grupo islamita palestiniano Hamas, sem dever ser criticado.
Já o chefe de Estado turco, partilhou uma ideia contraditória. Erdogan, tal como Scholz, defende um “cessar-fogo humanitário” para uma solução mais global, mas é contra a matança, por parte de Israel, de “13 mil crianças, mulheres e anciãos”.
“Matam crianças, pessoas nos hospitais. Vamos calar-nos perante isto? Não vamos elevar a nossa voz? E se não elevarmos a voz, se não fizermos nada, como pagaremos o preço da história?”, questionou.
O presidente da Turquia, relativamente aos reféns sequestrados pelo Hamas, indicou que um número muito superior de palestinianos está detido nas prisões israelitas e acusou Telavive de ocultar que possui uma bomba atómica.
Ambos os líderes optaram por uma perspetiva mais pragmática do conflito, sublinhando os objetivos que partilha, incluindo a ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, a prevenção de um conflito regional e, a longo prazo, a solução de dois Estados.
Tanto o Chanceler alemão quanto o presidente turco, afirmaram a intenção de promover a exportação de cereais através do Mar Negro, após o envolvimento da Turquia no acordo suspenso pela Rússia.
A ratificação pelo parlamento turco da adesão da Suécia à NATO, a revisão do pacto migratório UE-Turquia, e o processo de adesão turca à União Europeia, bloqueado há vários anos, foram outros assuntos abordados.
E de forma indireta, Erdogan também referiu o interesse da Turquia na compra de caças Eurofighter, ao assinalar que não deverão existir “obstáculos” nas relações económicas, incluindo a exportação de armamento.