A Nova School of Business and Economics e a Fundación Repsol organizaram, no dia 10 de novembro, na Nova SBE de Carcavelos, o evento ‘Portugal: Cidades inteligentes e os desafios da transição energética’, que serviu de mote para apresentar a iniciativa ‘Towards Net-Zero Cities’, como uma peça chave para se avançar para uma sociedade sustentável e resiliente no combate às alterações climáticas.
O encontro foi fundamental para a partilha de iniciativas e projetos relacionados com a descarbonização, a transição energética, e para a visão sobre o caminho a percorrer até 2030 para alcançar a neutralidade climática nas zonas urbanas.
Em Cascais, as preocupações ambientais tutelam transversalmente todas as áreas de atividade municipal e estão na base do nosso desenvolvimento estratégico.
Na mobilidade, com o programa de transportes públicos rodoviários universal e gratuito, com autocarros de última geração menos agressores do ambiente, com mais de 6,5 milhões de kms percorridos anualmente. Com a inclusão de dois autocarros movidos a hidrogénio na frota de serviço público, num total de dez novas unidades movidas a energia limpa. Ou com a renovação de toda a frota municipal, constituída apenas por veículos elétricos ou híbridos.
A nossa ambição de sustentabilidade é visível na produção e uso de energia. Iniciámos a transição para uma economia movida a hidrogénio, sendo pioneiros no lançamento da primeira estação de produção de H2 no país – um investimento de 4,5 milhões de euros. Abrimos caminho para as comunidades locais de energia. Isto é, estamos a apoiar a colocação de painéis solares em edifícios públicos de grande dimensão, que geram energia para si mesmo e para as comunidades circundantes. Cascais foi o primeiro município do país a lançar um Roteiro Municipal para a Neutralidade Carbónica.
Entre dezenas de outras iniciativas, sublinharia três que colocam Cascais na vanguarda ambiental: (1) os 50 milhões de euros investidos na recuperação de ribeiras e cursos de água, patrimónios ambientais que foram degradados durante décadas, ao ponto de se tornarem passivos para o ordenamento urbano e para a qualidade das nossas águas; (2) um novo Parque Verde Urbano com mais de 40 hectares, a nascer no coração do concelho, na junção das freguesias de Cascais e Estoril, Alcabideche e São Domingos de Rana; (3) a Plantação de Algas no Fundo do Mar com o duplo objetivo de capturar CO2 e aumentar a biodiversidade marinha.
Estas linhas mostram o caminho feito – e, sobretudo, o muito que está ainda por caminhar para que a nossa ambição de um concelho (de um país e de um mundo) melhor se concretize.
De relembrar que na conferência da ONU para as alterações climáticas, a COP 27, realizada em novembro de 2022, Cascais foi reconhecida como uma das 50 cidades mais inovadoras em todo o mundo pelas suas políticas de transição energética e ação climática e pelo seu contributo para a ciência do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas.
É urgente que todos compreendam que a pandemia climática não será ganha se os cidadãos não forem aliados nesta causa. Todos podem fazer a sua parte mudando os seus padrões de consumo e de hábitos.