Na Nigéria, o Presidente Bola Tinubu anunciou uma subida dos salários mais baixos do país, passando de €37 ao equivalente de €67 mensais nos próximos 6 meses. Chegado ao poder em maio, Tinubu introduziu uma liberalização da economia que se traduziu no triplicar do preço dos combustíveis, numa inflação de 25% e numa acelerada desvalorização da moeda nacional, a Naira. «Uma reforma dolorosa mas necessária para ganhar o futuro», disse. O brutal aumento dos combustíveis tem um impacto muito maior do que apenas sobre os transportes individuais e coletivos, já que, por a Nigéria não produzir energia suficiente para as suas necessidades, muitas empresas e cidadãos usam pequenos geradores movidos a petróleo para produzir a eletricidade que consomem. Com estas medidas, o Governo conseguiu que as duas centrais sindicais desconvocassem a greve nacional ilimitada. A Nigéria é a maior economia africana e um dos mais destacadas membros da OPEP, mas que, por falta de capacidade de refinação, tem que importar a grande maioria dos seus combustíveis.
Esta notícia parecia normal, seria até de louvar, já que se imaginam as dificuldades que as famílias mais desfavorecidas enfrentam diariamente pela simples sobrevivência, mas eis que o mesmo Presidente Tinubu acaba de publicar um orçamento suplementar com uma despesa adicional de 38 milhões de dólares para a compra de um novo iate presidencial, para a renovação da frota afeta ao Presidente, e os 460 deputados da Assembleia Nacional foram brindados com um novo SUV no valor de 150 mil dólares cada, «para os ajudar a melhorar o seu trabalho» – o que faz aumentar os receios de que a revolta popular possa estar para se tornar ainda mais violenta.