Condenado, pela força do voto, a desaparecer na Europa, como aconteceu em Itália, em França ou na Grécia, e está a caminho de acontecer na Alemanha e em outros países da Europa central e do norte, o socialismo ibérico radicalizou-se, enveredando por uma versão sul americana mais soft do que a original, mas não menos perigosa.
Não é seguramente por acaso que isso acontece na Peninsula Ibérica onde as instituições democráticas são mais recentes do que na restante Europa. Cinquenta anos é um tempo demasiado curto para que instituições democráticas tradicionais se possam devidamente consolidar.
Conquistar e manter o poder, custe o que custar a quem custar e qualquer que seja o método utilizado é a matriz. Com cambiantes diferentes, em Portugal e em Espanha. Em Portugal, como ainda agora ficou bem claro, o método escolhido centra-se na corrupção e na ocupação da máquina do Estado. Em Espanha, como estamos a ver também, o método passa, no essencial, pela clara subversão do Estado de Direito, minando a separação de poderes, o respeito pela Constituição e assumindo os poderes Legislativo e o Executivo o papel do Judicial.
Até agora o socialismo, na sua versão europeia, implicava apenas- mas já era muito – o empobrecimento das populações. Mas, nesta nova versão ibérica, o socialismo pode implicar, também, o fim das liberdades e do Estado de Direito. Que nos sirva de alerta o que se está a passar aqui ao lado.
Um partido socialista nas mãos de José Luis Carneiro seria um regresso ao socialismo europeu e democrático. Infelizmente tudo aponta para que o futuro líder seja Pedro Nuno Santos. E aqui teremos a continuação do socialismo ibérico iniciado por Sócrates, seguido por António Costa e desembocando agora em PNS.
Este socialismo, que em pouco tempo engolirá o BE e o que resta do PCP, representa um perigo mortal para o nosso modo de vida e para o futuro das nossas liberdades. Há que combatê-lo frontalmente, sem ambiguidades e sem contemplações.
Com ele, para além da manutenção da corrupção endémica e da continuação da tentativa de ocupação de toda a máquina do Estado, corremos o risco de seguir o percurso da versão espanhola, ou seja, da subversão clara do Estado de Direito a que estamos a assistir e contra a qual milhões de espanhóis estão a vir para a rua.
Lá, como cá, estes neo-socialistas já perceberam quem são os seus adversários, o VOX e o Chega. À boa maneira leninista, acusam esses partidos de fazer aquilo que eles estão, ou pretendem vir a fazer: um ataque à democracia. E isto quando, num e noutro caso, Vox e Chega, o essencial do seu combate político se centra na luta diária contra a censura que avança, contra as liberdades que se vão limitando, contra o pensamento único que, insidiosamente,dia a dia mais confortavelmente se instala.
São muitos os idiotas úteis e os compagnons de route que aplanam o caminho dos Sánchez e dos PNS desta vida. Os compagnons de route são-no e continuarão a sê-lo porque têm sempre algo a ganhar com isso, por migalhas que sejam. Não podemos contar com eles. Mas quanto aos idiotas úteis espero, fervorosamente, que duas coisas aconteçam: que deixem de ser idiotas e que deixem de ser úteis. Para bem deles, nosso, e dos povos hoje deixados ao abandono e entregues a si próprios.l
Deputado do Chega