“É uma noite histórica para a Argentina”. Foi desta forma que Javier Milei reagiu, após ter garantido mais de 55% dos votos, na segunda volta da eleição presidencial, vencendo o atual ministro peronista da Economia, Sergio Massa.
O economista ultraliberal promete mudar radicalmente o país e uma das medidas que propõe é acabar com a moeda nacional, o peso, e encerrar o Banco Central. Durante a campanha, o candidato prometeu introduzir o dólar dos Estados Unidos como moeda nacional, para combater a inflação, atualmente em 143%, entre outras ruturas nas políticas económicas e financeiras do país.
“O modelo empobrecedor de castas acabou. Estamos a adotar o modelo de liberdade, para nos tornarmos novamente uma potência mundial”, disse no seu discurso de vitória e acrescentou: “Enfrentamos problemas monumentais: inflação, estagnação, ausência de empregos reais, insegurança, pobreza e miséria. Problemas que só terão solução se abraçarmos mais uma vez as ideias de liberdade”.
Outra proposta é uma redução drástica do número de Ministérios, para apenas oito, o que levou o seu adversário a afirmar durante a campanha que estava em causa prestação de serviços essenciais à população, incluindo áreas como a Saúde e a Educação.
Entre outras medidas que prometeu na campanha, destaque para a reversão da lei do aborto e a legalização do porte de arma.
Javier Milei admitiu, no entanto, que poderá assistir a um movimento de resistência face às reformas propostas, por defender que “vão querer manter este sistema de privilégios para alguns”, mesmo que “empobreça a maioria”. Ainda assim, prometeu estender a mão a “todos os argentinos e líderes políticos, todos aqueles que querem aderir à nova Argentina”.
Na primeira volta, em 22 de outubro, Massa obteve 36,78% dos votos, enquanto Milei, que é apoiado pelo ex-Presidente Mauricio Macri e se define como um “anarco-capitalista” – uma forma extrema de liberalismo defensora de uma sociedade capitalista sem Estado – ficou com 29,99%.