SIM propõe ao Governo “acordo intercalar”

Os sindicatos representativos dos médicos e o ministro da Saúde voltam a reunir-se hoje às 16h00

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) propõe ao Governo “um acordo intercalar” com 15% de aumento salarial para todos os médicos em 2024. Este é o valor intermédio entre o proposto pelo Executivo e reivindicado pelo sindicato.

“Percebemos que, com a crise política instalada, o Governo não se queira ou possa comprometer para além do orçamento de 2024, no entanto, os problemas do SNS continuam a agravar-se, independentemente das eleições agendadas, pelo que é vital chegar a um acordo responsável”, defende o sindicato numa carta enviada esta quinta-feira ao ministro da Saúde, com conhecimento do primeiro-ministro e do ministro das Finanças.

O SIM propõe ao Governo “um acordo intercalar, traduzido num valor intermédio entre aquele que o Governo propõe” e o que os sindicatos reivindicam, numa carta em que afirma que “o momento que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] vive é de verdadeira emergência nacional”. A proposta é conforme sugerido por anteriores responsáveis do setor, nomeadamente a antiga ministra da Saúde Maria de Belém Roseira, 

“Em síntese, uma valorização do trabalho, para todos os médicos, de 15%, já em 2024. Ficaria, assim, por resolver com o próximo Governo a restante valorização, bem como a questão das 35 horas de trabalho semanal e das 12 horas em Serviço de Urgência – que compreendemos que possa ser faseada além de 2024 e que não seja passível de discussão no momento presente”, lê-se na carta assinada pelo secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

Dirigindo-se diretamente ao ministro da Saúde, o sindicato afirma que “esta cedência do SIM só pode ter uma resposta positiva por parte do Governo”  e acrescenta que “não a aceitar seria uma irresponsabilidade do Governo ainda em funções, face aos danos irreparáveis para o SNS”. 

Os sindicatos representativos dos médicos e o ministro da Saúde voltam a reunir-se hoje às 16h00, após ter sido cancelada a ronda negocial de 8 de novembro, na sequência da demissão do primeiro-ministro. A última reunião, em 04 de novembro, entre a tutela e as organizações sindicais terminou sem acordo.