A democracia está em perigo

Ao contrário do que querem fazer crer, a democracia está em perigo, mas não é pela ascensão do Chega. É o regresso do velho PS, dominador, trauliteiro, dono disto tudo, que está a colocar Portugal e ferro e fogo e, mais uma vez, a atacar as fundações do nosso sistema democrático.

Talvez nem todos tenham estado atentos, mas façam uma análise das declarações de vários altos (alguns de primeira linha) dirigentes socialistas e vejam o sentido das mesmas: a justiça não pode fazer o que quer, exigem ‘explicações’, o Ministério Público ‘ser posto na ordem’, apressar o inquérito no Supremo Tribunal contra o primeiro-ministro… enfim, tudo pérolas capazes de fazer sorrir os ditadores da Venezuela ou da Coreia do Norte.

Este é o velho PS do processo Casa Pia de Lisboa, das vozes indignadas do processo Marquês, e de tantas outras que se erguem, não por causa da justiça, mas para defender os muros do Largo do Rato. O que estamos a assistir, e vamos continuar, é ao maior ataque ao Estado de direito desde o fim do PREC, porque o PS quer e deseja a mexicanização do regime, o seu domínio sobre todas as forças e instituições, e não suporta a ideia de poderes livres, autónomos, ou independentes. Foi assim com as regiões autónomas, com as ordens profissionais e agora é assim com o Ministério Público.

Que ninguém duvide que uma nova vitória do PS, com a agravante de necessitar da extrema-esquerda parlamentar, vai modificar e colocar em causa os pilares fundamentais da nossa democracia. Basta ouvir bem as palavras de Augusto Santos Silva, ou mesmo de Pedro Nuno Santos, ver a exaltação de Sócrates ou Ferro Rodrigues sobre o processo Influencer… e percebemos bem o que está ali escondido e o que pode voltar depois do dia 10 de Março. À direita e ao centro, que ninguém tenha dúvidas: no dia 10 de Março não é só mais uma eleição, é a salvação da democracia, tal como a conhecemos, que está definitivamente em jogo.