João Paulo Rebelo disponível para colaborar com as autoridades na Operação “Arrangements”

O antigo governante recusou a prática de qualquer ilícito

O ex-secretário de Estado da Juventude e do Desporto manifestou esta quarta-feira  disponibilidade para colaborar com as autoridades no âmbito da Operação “Arrangements”. João Paulo Rebelo recusa qualquer ilícito e espera uma investigação rápida. 

As residências do ex-governante em Viseu e Lisboa estiveram entre os alvos das nove buscas domiciliárias e não domiciliárias que foram feitas pelas autoridades no âmbito da Operação “Arrangements”.

As buscas “visam a obtenção de prova relacionada com factos suscetíveis de constituir crimes de participação económica em negócio e de abuso de poderes, por titular de cargo político, bem como de usurpação de funções”.

Em causa estará um contrato público, feito através de ajuste direto, ao abrigo do “Projeto PRID – Programa de Reabilitação de Infraestruturas Desportivas”, para aquisição de serviços de engenharia, “com pessoa sem habilitação legal para a prática de atos decorrentes daquela profissão, e, noutra parte, em suspeitas de favorecimento de contratação pública respeitante a análises de testes do vírus SARS-COV-2”.

“Não estou, sublinho, acusado de coisa nenhuma, mais não estou sequer arguido. Há uma investigação que está em curso, e o que desejo (…) é que, o mais depressa possível, sejam chegadas conclusões”, disse, João Paulo Rebelo, que acrescentou ter sido contactado pela PJ terça-feira e sido informado que a PJ queria acesso aos dados do seu telemóvel e computador.

“Disse, com certeza que sim. Assim que chegasse a Lisboa [de Madrid, onde se encontrava em representação parlamentar], estaria disponível, como estive há três anos e meio, como estive ao longo de todo o tempo, e como estarei no futuro, a prestar todos os esclarecimentos que sejam necessários”, referiu.

Segundo o também deputado do PS, a situação que está a ser investigada já tinha sido noticiada em 2019 e, na altura, deu “explicações mais do que suficientes para o sucedido”.  

O antigo governante recusou a prática de qualquer ilícito, garantiu estar de “consciência absolutamente tranquila” e acrescentou que deixou o telemóvel e computador na PJ para serem copiados os seus dados.