Buick Riviera. Símbolo da beleza e sofisticação americana

O Buick Riviera nasceu há 60 anos. Era um carro fascinante aos olhos dos americanos pela elegância das linhas, conforto e performances. Marcou profundamente a história da marca e do automóvel no outro lado do Atlântico. 

A Buick é das marcas mais antigas nos Estados Unidos. Foi fundada por David Dunbor Buick, em 1899, no Michigan, e começou a produzir automóveis em 1904. No primeiro ano foram construídas 37 unidades, quatro anos mais tarde a produção era de 8800 veículos. Em 1908, mudou de mãos quando William C. Durant, fundador da General Motors (GM) e ex-diretor da Buick, decidiu comprar a marca. Praticamente desconhecida na Europa, a Buick ganhou notoriedade a comercializar  automóveis de luxo ao contrário do que acontecia com as outras marcas da GM.

Um dos modelos mais significativos foi o Riviera. Vendeu mais de um milhão de unidades entre 1963 e 1999, e foi eleito Carro do Ano em 1979 pela revista Motor Trend. A marca já tinha usado o nome Riviera em 1949 no Roadmaster, o primeiro carro de duas portas com tejadilho hardtop, até essa altura todos os carros tinham tejadilho rígido. As oito gerações tiveram um tremendo impacto no cenário automóvel da época. O modelo original inspirou-se nas linhas dos modelos da Rolls-Royce e destinava-se a rivalizar com o Ford Thunderbird no segmento dos carros de luxo. O projeto foi primeiramente oferecido à Cadillac e à Chevrolet, que o rejeitaram porque vendiam todos os carros produzidos e não precisavam de um novo produto.


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O Riviera era um coupé de quatro lugares, extremamente espaçoso e confortável como se pedia a um automóvel familiar. A primeira geração tinha motor V8 6.6 (325 cv), caixa automática de três velocidades, tração traseira, travões de tambor, direção assistida e pneus construídos especificamente para este modelo com uma distintiva faixa branca. Estava equipado com sistema de aquecimento, bancos desportivos, acabamentos em madeira, pack Fumador, com cinzeiros nos lugares traseiros e relógio. Na lista de opções, podia encontrar-se o banco do condutor elétrico e volante com regulação em altura. A versão base custava 4333 dólares (3980 euros). Por mais 50 dólares (46 euros), estava disponível a versão 7.0 (340 cv), que fazia 0-100 km/h em 7,7 segundos. Em 1965, sofreu alterações estéticas significativas e surgiu a versão Gran Sport, com motor V8 de 360 cv, capaz de atingir os 200 km/h. Para criar a ideia de exclusividade, o diretor de vendas limitou a produção a 40 mil exemplares e lançou uma forte campanha publicitária com fotografias extremamente aliciantes do Riviera.

Luxo desportivo

É normal os construtores americanos fazerem profundos facelifts dos automóveis a todos os três anos, e com o Buick Riviera aconteceu isso. O modelo foi perdendo a silhueta clássica e ganhou linhas mais fluidas, que não deixaram ninguém indiferente. A característica mais excêntrica foi a secção traseira na forma de popa de barco, por essa razão os modelos dos anos 70 ficaram conhecidos por “boat tail”. Com a sexta geração foi introduzido o modelo Convertible, um vistoso e imponente descapotável com motor V6 4.1 (127 cv) e caixa automática de quatro velocidades, que custava 23900 dólares (22000 euros), era 10000 dólares mais caro do que o coupé. Tornou-se o carro preferido dos executivos de Detroit.

Durante muitos anos o Riviera manteve-se fiel ao V8, mas em 1979 a gama foi alargada com a introdução do motor V6 com duas versões: 4.1 atmosférico (125 cv) e 3.8 turbo (183 cv) e, no início dos anos 80, recebeu o motor diesel V8 5.7 (105 cv). Ao longo de 36 anos teve inúmeras versões com diferentes cilindradas (de 3800 cc até 7500 cc) e potências (de 125 cv a 365 cv). O Riviera foi também alvo de melhoramentos a nível de equipamento. O expoente máximo foi o moderno ecrã tátil que equipava a sexta geração (1986) e permitia controlar a climatização, o rádio, o computador de bordo e ainda saber o estado do veículo.

O Riviera deixou de ser produzido em 1999, mas ficou na história da indústria automóvel. A mais bela homenagem veio da Europa, com o patrão da Jaguar, Sir William Lyons, que desenhou o belo XJ, a dizer que «William Mitchell fez um trabalho maravilhoso com o Riviera», ao passo que Sergio Pininfarina, responsável por desenhar alguns dos Ferrari mais emblemáticos, apresentou-o como «um dos mais belos carros feitos nos Estados Unidos».