Querida avó,
Escrevo-te esta carta para te dizer que já estou completamente envolvido no espírito natalício 2023. Fui assistir a um dos momentos altos da época natalícia de Lisboa, a inauguração da iluminação das luzes de Natal. Foi muito bonito. Estavam reunidas milhares de pessoas para assistirem ao acender da gigante Árvore de Natal, instalada na Praça do Comércio, e verem iluminadas as principais artérias da capital.
Fui assistir também ao início das Festas de Natal organizadas pela EGEAC. Adorei o belíssimo espetáculo, As Quatro Estações, de Vivaldi, pel’Os Músicos do Tejo. Também gostei de assistir ao Conto de Natal sobre o rabugento e avarento Ebenezer Scrooge, escrito pelo inglês Charles Dickens e publicado, pela primeira, 100 anos antes de tu nasceres.
Tudo isto faz-me regressar ao passado, às memórias de infância, quando visitava a Baixa na época natalícia. Lembro-me de como ficava maravilhado com as cores, as formas e os brilhos das luzes que enfeitavam as ruas, as montras e as árvores. Lembro-me de como caminhava de mãos dadas com a minha mãe, conversando sobre tudo e nada, rindo das nossas piadas e dos nossos segredos. Lembro-me de como entrávamos nas lojas para comprar presentes para a família e para nós mesmos, escolhendo com cuidado e carinho cada um deles. Lembro-me de como parávamos para tomar um chocolate quente e comprar doces de Natal, sentindo o calor e os aromas reconfortantes das pastelarias. Hoje, muitas dessas lojas desapareceram. No entanto, o espírito de Natal jamais pode desaparecer!
Avó, estas são algumas das minhas memórias mais felizes e queridas. As tuas hão de ser completamente diferentes.
Quando vieres a Lisboa, passar o Natal, gostaria de voltar a percorrer as ruas da Baixa contigo.
Conhecendo-te como eu conheço, este fim de semana deves estar a celebrar o Dia da Mãe.
Um beijo enorme e um feliz Natal deste teu neto que te ama muito.
Querido neto,
Fico muito feliz que o espírito de Natal já tenha entrado em ti. Quando for a Lisboa, passar as Festas, levas-me à Baixa a ver as iluminações de Natal. Aproveitamos e vamos ao Teatro Politeama ver Laura, o novo musical do meu amigo Filipe La Féria. Convida a tua mãe para vir connosco.
Mas deixa-me que te diga que aqui pela Ericeira as decorações de Natal também estão muito bonitas. Ver se vens ter com esta avó que tanto te ama e fazemos, por aqui, o nosso almoço de Natal.
Falando do Dia da Mãe, conheces-me tão bem, sabes que o celebro, sempre, a 8 de dezembro.
Durante muitos anos o dia 8 de Dezembro era Dia da Mãe – e, para mim e para muitas das minhas amigas, continua a ser. Não por ser Dia de Nª Sª da Conceição, mas sim porque era tradição.
Depois veio a Europa e essas coisas, e nunca mais ninguém se entendeu porque a data passou a ser móvel…
Vejamos: Jugoslávia – duas semanas antes do Natal; México – 10 de maio; França e Suécia – último domingo de maio; Inglaterra – 10 de março; Noruega – segundo domingo de fevereiro; etc.
Assim ninguém se entende – e não tem graça nenhuma.
Por isso, eu e as minhas amigas já estamos a combinar as festarolas todas para o próximo dia 8.
Ainda não chegámos a acordo quanto ao restaurante – mas não vão falhar todos os bares, claro, aqui no sul, mas também em S. Sebastião (já lá fomos marcar lugar num deles, o melhor de todos, e que está sempre a abarrotar de gente). Em S. Sebastião todas temos um primo de que não gostamos muito – mas esse nem deve saber que existe o Dia da Mãe.
Já agora, o Dia dos Primos é a 26 de setembro — assenta aí na tua agenda, para que não te esqueças.
Diverte-te nesta contagem decrescente para o Natal, feliz Dia da Mãe para a tua mãe e para todas as mães.
Bjs