Kissinger: Obituário do ódio

Jimmy Carter conseguiu anular o formidável trabalho de Kissinger no Irã, quando os EUA abandonaram o Xá Reza Pahlavi.

Logo que anunciada a morte do estadista Henry Kissinger, o homem que marcou a segunda metade do século passado e foi Prémio Nobel da Paz, teve início, a nível mundial, ataques raivosos ao falecido.

No início da semana, começou pelo Reino Unido e depois, numa operação que parecia combinada, no resto do mundo.

No Brasil, o jornal O Globo e outros acolheram artigos assinados em acusações de ter recomendado apoio americano aos regimes militares no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, que, por volta dos anos 1960 e 1970, barraram movimentos de extrema esquerda apoiados por Fidel Castro. Na verdade, estes movimentos foram bem-vistos, mas de iniciativa das forças vivas dos países, incluindo os militares. O êxito na tomada do Cone Sul teria dado sobrevida a URSS. Nenhum indício confiável da presença americana na ação dos militares.

Todos lamentavam que o estadista americano não tenha sido julgado em Tribunal e preso. É a história sendo reescrita. No Brasil o Governo promete marcar os sessenta anos da Revolução com acusações a repressão dos militares aos movimentos armados, que sequestraram os embaixadores dos EUA, Alemanha e Suíça, por exemplo. Nenhuma palavra pelos militares que assumiram sendo o Brasil a 46.ª economia mundial e vinte anos depois entregarem como a 8.ª.

À esquerda americana, o governo Jimmy Carter, conseguiu anular o formidável trabalho pelo Ocidente de Kissinger no Irã, quando os EUA abandonaram o Xá Reza Pahlavi. Os resultados estão aí.

VARIEDADES

O ex-governador de Minas e deputado Aécio Neves volta à relevância na política brasileira. Neto de Tancredo Neves e filho do respeitado deputado Aécio Cunha, foi o mais jovem presidente da Câmara dos Deputados. Sua experiência e habilidade são valiosas neste momento. Oposição civilizada.

O Medical Center da Universidade de Harvard, por meio de seu Cancer Institute, firmou uma primeira parceria fora dos EUA com a Oncoclínica de Belo Horizonte.

O famoso restaurante Pedro dos Leitões, da Bairrada, vai ter presença na cidade de Miguel Pereira, a 100 km do Rio. O prefeito André Português foca no turismo gastronómico.

O brasileiro Caio Benício, entregador de aplicativo que salvou uma criança que estava sendo esfaqueada na porta de uma escola em Dublin, tem passaporte português e recebeu mais de 400 mil euros numa subscrição popular.

O ministro Flávio Dino, indicado por Lula da Silva para a Suprema Corte, é o mesmo que proferiu grosserias contra Portugal recentemente.

O Rio volta a ter na Lagoa Rodrigo de Freitas a árvore de Natal de 35 metros. Uma iniciativa do governo estadual com a apoio da Light, concessionária de energia.

Voltaram as greves políticas. Em São Paulo, o metropolitano entrou em greve contra a privatização do saneamento.

O mercado financeiro está preocupado com a volta de malfeitos nos fundos de pensão de estatais, entregues a interesses políticos.

A Câmara do Rio de Janeiro aprovou distraída proposta do bloco de esquerda que autoriza a retirada de nomes de logradouros públicos, escolas e ruas de figuras da história que possam ser consideradas escravagistas. A maioria, ao perceber, está propondo anular a medida. O Padre Antônio Vieira estava na lista.

Jornalista