Creio antes que sofremos de uma síndrome, a de Estocolmo, onde os reféns se tornam amigos dos sequestradores, continuando a votar neles. Nunca tinha pensado nisso.
Fugindo do frio, na lareira da matança adentro, onde as brasas torram uma fatia de pão de quilo, eu com os meus botões e falando somente com eles. Com os botões, quem mais haveria de ser? E procurando uma palavra perdida, conseguem-na comigo descobrir?
Recordo-me que há uns anos, aquilo com eles parecia estar bem Seguro. Mas após uns equilibrismos, foi o segundo que deu à Costa. Pois foi, e repetiu a graçola depois nas legislativas, em segundo ficou, mas enfiou o Coelho na cartola. Nunca mais de lá saiu, que isto de papar os bichinhos, é lá com eles. Ai não, vê como depressa entornaram o caldo do ensopado, do Carneiro só lhe ficam os ossinhos. No fim, vais vê-los todos a fingirem-se de Santos. A malta fala, mas habitua-se ao poder. De mãozinha fechada, sempre tudo pelo povo. Sempre todos ao lado do povo. Mas, nunca no meio do povo. E a Gamba achas que se safa? A gamba? o Galamba, e sim, safam-se sempre.
Menos ideias, menos ideais, mais idiotas. O século onde o amiguismo, prevaleceu sobre o socialismo.
Do outro lado pensam que serão laranjas contadas. Continuem e vão-se tornar em clementinas. Diziam mal do Rio, mas não há nem vales nem Montes que lhes valham. Ora, ele também vê sempre tudo Negro.
O Santos ainda vai agradecer a Fátima! De erro em erro até onde? Somos assim, como o escorpião e o sapo. Creio antes que sofremos de uma síndrome, a de Estocolmo, onde os reféns se tornam amigos dos sequestradores, continuando a votar neles. Nunca tinha pensado nisso.
Então, que tempos nos esperam? E eu que sei? Não acredito nem em boas nem más venturas. Estamos em banho Maria, esperando pela Virgem Maria de Fátima. Nem já nesses, acredito. Não acreditas em nada, para o nosso país? Nosso não sei, se todos fazem como eu, fogem do frio e escondem-se à lareira, argumentando entre os botões, acreditando que escreverem nos telemóveis é o mesmo que falar com pessoas. No que toca aos insultos, funciona! Se o mais importante de um diálogo, forem os insultos, estamos arrumados. Pois, estamos. Estamos não, eles estão. Se eles estiverem arrumados, nós arrumados ficaremos. É esse o problema, temos de aprender a viver com eles. E eles connosco, senão não funciona. Porque parece ser uma coisa tão difícil? Porque há quem torne isso, sempre e cada vez mais difícil. Noite após dia, enchem esses onzeneiros o papo. E sabemos quem são? Sabemos, todos nós e vós sabemos. Mesmo sabendo, que a lenha aqui escasseia, porque nos foi emprestada.
-Vamos devolvê-la?
-Vamos.
-Vamos, então?
-Então… deixa arder.