O ex-secretário de Estado da Saúde considerou esta quinta-feira que a “intromissão da Ordem dos Médicos” ao pretender avaliar condutas exercidas fora da profissão é uma “clara ofensa ao Estado de Direito”.
Lacerda Sales manifestou a sua “total discordância pela intromissão inqualificável do senhor bastonário da Ordem dos Médicos na atividade governativa ao vir declarar à imprensa que mandou abrir um processo de averiguação ou de inquérito ao Conselho Disciplinar ‘para avaliar, obviamente, os médicos’ inclusive o ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales”.
No entender do antigo governante, “a intromissão da Ordem dos Médicos, a reboque da sua tentativa de evidência nos media com o anúncio da avaliação de condutas que são exercidas fora da profissão de médico, é completamente inaceitável e uma clara ofensa ao Estado de Direito”.
“A Ordem dos Médicos [OM] não tem qualquer competência para avaliar o meu desempenho enquanto secretário de Estado, essa está claramente reservada a outros órgãos democráticos e que são eleitos por sufrágio universal”, defende António Lacerda Sales em comunicado citado pela agência Lusa.
No que diz respeito ao que tem sido noticiado sobre factos que vão sendo revelados sobre o chamado “Caso das gémeas”, o ex-secretário de Estado reafirmou, “de forma clara”, que não marcou qualquer consulta nem fez qualquer telefonema para o hospital sobre este assunto, conforme declarou o ex-diretor clínico, Luís Pinheiro numa entrevista que concedeu na quarta-feira à RTP3.
Para Lacerda Sales, estando mencionado que a Secretaria de Estado é que encaminhou as bebés, deve ser o subscritor do relatório clínico do hospital a “vir comprovar objetiva e documentalmente quem encaminhou, como o fez, onde, com quem e porquê”.