Conhecido dos portugueses como o Tio Careca, Nuno Graciano morreu aos 54 anos, na passada quinta-feira, depois de ter sofrido um ataque cardíaco na casa de banho de um café em Cascais, tendo ficado preso. Acabaria por ser encontrado, foi socorrido e levado para o hospital, ficando internado com prognóstico reservado. Após mais de 20 anos como apresentador de televisão, Graciano passou dificuldades depois de se ter afastado daquele meio, e numa entrevista a Daniel Oliveira, no programa Alta Definição, da SIC, em 2018, não escondeu a amargura pela forma como sentiu que, de súbito, encontrou todas as portas fechadas. «Acabei por dar mão e braços a pessoas que hoje cagaram para mim completamente e isso é uma mágoa enorme que eu tenho. Não acho justo, não acho correto, não acho que a vida tenha que ser assim», disse na ocasião. Além de ter sentido que foi tratado de forma injusta, sem dizer nomes, afirmou que foi alvo de uma campanha com vista a destruir-lhe a vida: «Fui muito massacrado ultimamente, fizeram-me de facto mal. Amachucaram-me, achincalharam-me, tentaram destruir-me. Porquê não sei ainda, acho que nunca saberei, mas tentaram destruir-me».
Depois de ter-se estreado no pequeno ecrã a apresentar o programa Doutores e Engenheiros, na TVI, em 1994, foi na SIC que ganhou maior projeção, apresentando programas como Contacto (com Rita Ferro Rodrigues e posteriormente com Maya) ou Não Há Crise, entre 2006 e 2011. Depois de um hiato de dois anos, em 2013 regressou à televisão, na CMTV, onde apresentou o programa Manhã CM com Maya. Depois de um período à deriva, em 2016 viu-se obrigado a abrir um negócio de queijos da Serra da Estrela, criando a marca Queijo do Tio Careca. «Eu tive que me reinventar, podia ter ficado como muitas pessoas em casa na cadeira a ver o que é que acontece, a ver se o telefone toca, mas eu disse não. Não me vão destruir porque eu não vou permitir», disse ainda no Alta Definição.
Afastado da televisão desde que foi comentador do programa TVI Extra e participou no Big Brother Famosos em 2022. Paralelamente, foi candidato à Câmara de Lisboa pelo Chega, em 2021, tendo-se ficado por uns meros 4,41% dos votos. Mais tarde, durante uma emissão do Big Brother Famosos 2 em que participou, fez questão de se demarcar daquela formação: «Que fique explícito que nunca fui do Chega, nunca fui».