Programa de rescisões no Global Media Group prolongado até 10 de janeiro

No final de julho, o fundo de investimento World Opportunity Fund, com sede nas Bahamas, passou a deter 51% do capital social da Páginas Civilizadas, a qual controla, direta e indiretamente, 50,25% do GMG e 22,35% da agência de notícias Lusa.

O programa de rescisões no Global Media Group (GMG), foi prolongado até 10 de janeiro confirmou esta quarta-feira a direção da empresa. O calendário para o grupo que detém a TSF, Diário de Notícias (DN) e Jornal de Notícias (JN), entre outros, tinha apontado como dia para o fim do programa quarta-feira, 20 de dezembro. 

A 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do GMG  anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores. A administração liderada por José Paulo Fafe acrescentou que iria avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

Entretanto, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social  (ERC) garantiu que desenvolverá novas diligências se subsistirem dúvidas sobre a titularidade do capital do fundo que detém o GMG, ao qual solicitou informações adicionais.

No final de julho, o fundo de investimento World Opportunity Fund, com sede nas Bahamas, passou a deter 51% do capital social da Páginas Civilizadas, a qual controla, direta e indiretamente, 50,25% do GMG e 22,35% da agência de notícias Lusa.

A ERC informou que pediu informações adicionais ao procurador daquele fundo, para clarificar o nome e a respetiva percentagem de participação dos detentores de unidades no fundo. “Em resposta, o procurador do fundo declarou, e cito: ‘as percentagens detidas pelos investidores do WOF encontram-se dispersas e não conferem qualquer direito de voto ou de designar ou remover órgãos de administração do WOF’”, explicou a presidente da ERC. 

Em audição na Assembleia da República, Helena Sousa acrescentou que o regulador não está ainda esclarecido relativamente a esta matéria e aguarda mais informações.

A ERC esclareceu ainda que, no quadro da Lei da Transparência, tem ao seu dispor instrumentos para intervir ao nível da suspensão de direitos de voto e de exercício de direitos patrimoniais, caso entenda que há incumprimento dos deveres de transparência quanto à titularidade do fundo.