No momento em que se aproxima o final de mais um ano de grandes sacrifícios, desconfortos e incertezas para os portugueses, sabemos que ainda não pusemos esta grave crise para trás das costas. Mas também sabemos que as fórmulas de sucesso que tivemos até hoje, e elas são muito simples, vão continuar: o sermos uma comunidade unida, solidária e ativa, atenua a dor. Por isso, faço votos para que consigamos prolongar por todo o ano que aí vem este mesmo espírito de comunidade, de uma família mais alargada, uma família de vizinhança.
Em 2024, continuaremos a preparar o nosso futuro. São grandes os desafios e as tarefas que nos aguardam, sobretudo num momento em que na Europa e em várias regiões do mundo subsistem inúmeros atentados à dignidade humana. Teremos de responder a essas incertezas com as nossas certezas, as certezas que partilhamos como povo: a certeza de que vamos ultrapassar as atuais dificuldades, a certeza de que Portugal é capaz de reformar o Estado e as suas instituições, a certeza de que queremos uma sociedade mais justa, a certeza de que a nossa economia será competitiva no mundo globalizado, a certeza de que os dias mais prósperos e mais felizes do nosso país estão à nossa frente.
A política tem, aí, um espaço para fazer aquilo que pode e aquilo que deve. Precisamos hoje, mais do que nunca, de lideranças assentes em valores e capazes de se afirmarem pelo exemplo. Precisamos de verdade. Precisamos de honestidade. Precisamos de líderes que se concentrem no essencial e não em desvios de trajetórias ziguezagueantes. Precisamos de lutar mais por ideias e valores de longo prazo do que por truques e táticas do momento. Precisamos de usar bem os dinheiros do Estado e da Europa. Eles são a nossa última hipótese de fugir à cauda das nações menos desenvolvidas do continente. Precisamos de verdadeira prosperidade, não de ilusão de devolução de rendimentos. Precisamos de investimento sustentável, reprodutivo e gerador de emprego melhor pago. Não precisamos de alimentar os mesmos interesses do costume.
Só precisamos de um pouco de razoabilidade e normalidade. Eu sei que é exigente o empreendimento da normalidade. Mas é ele o melhor antídoto contra os populismos e os extremismos que brotam à sombra das insuficiências do regime democrático.
Estes anos difíceis irão passar, não tenhamos dúvidas. É nossa obrigação não esquecer – nunca esquecer – os que mais sofrem para que os possamos ultrapassar em conjunto.
Em Cascais, continuaremos neste Natal a fazer chegar aos nossos concidadãos uma mensagem de esperança e compromisso na construção de um mundo melhor e de uma sociedade mais decente. Uma sociedade onde somos, cada vez mais, todos por todos.
A todos os leitores e colaboradores do Nascer do SOL, um Feliz e Santo Natal!